Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/03/2010 - 11h25

Reino Unido vai expulsar representante do serviço secreto de Israel, diz jornal

Publicidade

da Folha Online

O governo britânico deve anunciar nesta terça-feira o resultado de sua investigação sobre o uso de passaportes britânicos pelos suspeitos do assassinato do comandante do grupo palestino islâmico Hamas, Mahmoud Al Mabhouh, em Dubai, em janeiro passado. Segundo o jornal britânico "Daily Telegraph", Londres vai expulsar o representante do serviço secreto de Israel, a quem responsabiliza pelo crime.

O jornal, que não revela o nome do israelense, diz que ele já foi notificado e deveria deixar Londres antes mesmo do anúncio do relatório, que deve ser feito pelo ministro de Relações Exteriores, David Milliband, em discurso ao Parlamento às 15h30 (12h30 no horário de Brasília).

A expulsão, explica o "Telegraph", é o sinal da raiva sentida por Londres ao saber que Israel colocou seus cidadãos em risco para realizar a operação.

O governo britânico não confirma as informações e nem adianta o conteúdo do discurso de Milliband.

Mabhouh, um dos fundadores do braço militar do Hamas, foi encontrado morto em seu quarto em um hotel de Dubai no último dia 20 de janeiro, um dia após sua morte. Até então, a polícia de Dubai revelou que 26 pessoas --20 homens e 6 mulheres-- são suspeitos de serem os responsáveis pelo assassinato e acusa o Mossad, o serviço secreto israelense.

Eles utilizaram 12 passaportes britânicos, seis irlandeses, quatro francês, um alemão e três australianos para deixar o país após o crime --o que causou uma saia justa entre os países europeus, que alegam falsificação dos documentos, e Israel. O governo australiano revelou que um quarto australiano está sendo investigado por suposto vínculo com o crime.

O discurso de Milliband, citada pelo jornal, vai destacar que foi impossível determinar com certeza se o responsável foi o Mossad ou o Diretório de Inteligência Militar, que também é suspeito de estar por trás da operação.

O embaixador israelense em Londres, Ron Proser, foi convocado na segunda-feira pelo ministério para ser informado do resultado de uma investigação sobre as circunstâncias do assassinato.

Os suspeitos viajaram para Dubai procedentes de seis cidades europeias e de Hong Kong, e vários deles usaram o mesmo cartão de crédito para realizar reservas de hotéis e comprar bilhetes de avião, enquanto o resto pagou em dinheiro vivo.

Após o assassinato de Mabhouh, eles abandonaram Dubai com destino à África do Sul, Irã e Hong Kong.

Fontes oficiais britânicas expressaram frustração por não poderem fazer muito para sancionar Israel, que se negou a confirmar ou desmentir sua participação no assassinato --postura que aumentou as suspeitas sobre o envolvimento das forças do país.

Investigação

O premiê britânico, Gordon Brown, ordenou uma investigação sobre o uso dos passaportes britânicos, que teriam sido copiados por agentes israelenses.

Agentes da Agência de Investigação de Crimes Organizados viajaram para Dubai para investigar. A agência chegou a entregar um relatório a outros departamentos do governo, mas "ainda há algumas áreas a serem investigadas", segundo uma porta-voz citada pela agência de notícias Reuters.

O Reino Unido chegou a expulsar um diplomata israelense em 1988, por envolvimento em um caso de espionagem. Arie Regev foi descrito à época como agente do Mossad.

Israel foi o terceiro maior mercado de exportação no Oriente Médio do Reino Unido em 2007, com comércio bilateral no valor de US$ 4,5 bilhões, segundo números da agência de promoção de investimento britânica.

As relações bilaterais, contudo, foram prejudicadas por uma série de assuntos recentes, incluindo as ameaças de prisão de políticos israelenses em visita ao Reino Unido, por crimes de guerra em Gaza.

Em julho do ano passado, o Reino Unido bloqueou ainda algumas vendas de armas a israel, como retaliação pela ofensiva militar contra o Hamas, na faixa de Gaza, que deixou cerca de 1.400 mortos em janeiro de 2008.

O guia britânico aos supermercados, no ano passado, orientando a rotular os alimentos da Cisjordânia que vieram de fazendas palestinas ou de assentamentos judaicos também irritou Israel.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página