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12/08/2006 - 18h07

Israel confirma queda de helicóptero; Líbano aprova plano da ONU

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da Folha Online

Israel confirmou neste sábado que um helicóptero de sua força militar foi derrubado no sul do Líbano por míssil do grupo terrorista Hizbollah. Esta é a primeira vez que um helicóptero de Israel é derrubado no Líbano em um mês de conflito. O governo do Líbano aprovou por unanimidade a resolução da ONU que pede um cessar-fogo.

No último dia 24, dois soldados israelenses morreram quando o helicóptero em que estavam caiu. Segundo Israel, a queda foi causada por falhas mecânicas, mas o Hizbollah diz tê-lo abatido.

Também neste sábado, a rádio oficial de Israel anunciou que 70 soldados se feriram em duros combates no sul do Líbano, no mais violento dia de confrontos desde o início da violência, em 12 de julho. Ao menos 11 soldados morreram hoje, incluindo dois que foram esmagados em um acidente com um tanque. Forças israelenses também disseram ter matado 40 membros do Hizbollah, mas o grupo nega a informação.

Neste sábado, ataques aéreos de Israel causaram a morte de 20 pessoas no Líbano, segundo informações oficiais do governo libanês. O Hizbollah lançou 65 foguetes contra o norte de Israel --o que demonstra uma queda nos ataques, se comparado aos ataques dos últimos dias. Os foguetes deixaram várias pessoas feridas.

A escalada de violência entre o Exército de Israel e o Hizbollah começou quando o grupo terrorista seqüestrou dois soldados israelenses, em ação que deixou ainda oito soldados israelenses e dois membros do Hizbollah mortos. Desde então, forças israelenses atacam o Líbano por terra, ar e mar, deixando inúmeras cidades libanesas destruídas, sem luz, água e telefone. Em resposta, o Hizbollah lança foguetes: mais de 3.200 já atingiram o norte de Israel.

Mais de mil pessoas morreram no Líbano, a maioria civis --sendo 30% deles crianças com menos de 12 anos, segundo a ONU. No lado israelense, as baixas somam 124-- entre soldados e civis, incluindo mulheres e crianças.

Acordo

O Hizbollah afirmou neste sábado que se "compromete a interromper todos os atos hostis" com Israel uma vez que tenha sido negociada uma data por parte das Nações Unidas.

Israel espera poder instaurar um cessar-fogo no domingo ou na segunda-feira (14), segundo autoridade governamental citada pelo jornal "Haaretz". A decisão dependeria de debates no gabinete israelense (que se reúne neste domingo) e na ONU (Organização das Nações Unidas).

O Canal 2 da televisão israelense informa que a expectativa é de que o cessar-fogo comece a vigorar na segunda-feira (14), às 7h (2h de Brasília). A informação ainda não foi confirmada e segue uma declaração anterior do chefe do Estado-maior israelense, general Dan Halutz, que afirmou que a ofensiva expandida israelense por terra deve continuar por uma semana antes de uma trégua.

O anúncio do Hizbollah foi feito pelo chefe do movimento, Hassan Nasrallah, em discurso difundido pela rede de TV Al Manar.

Apesar da aprovação da resolução, os combates continuam. Israel leva a cabo uma ampliação de sua ofensiva no sul do Líbano --segundo o chefe do Estado-maior israelense, general Dan Halutz, Israel triplicou o número de seus militares em ação-- e o Hizbollah segue lançando foguetes contra o norte de Israel.

Neste sábado, o governo do Líbano aprovou por unanimidade o plano do Conselho de Segurança (CS) da ONU, que pede o fim dos confrontos entre Israel e o Hizbollah e a retirada das tropas israelenses do Líbano.

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, aceitou os termos da resolução que prevê um cessar-fogo no Líbano, mas dará continuidade à ofensiva contra o grupo terrorista Hizbollah até que o gabinete israelense aprove a trégua. A votação ocorre amanhã.

Olmert, o ministro da Defesa Amir Peretz e a ministra de Relações Exteriores Tzipi Livni concordaram com os pontos do projeto de resolução apresentado no Conselho de Segurança da ONU.

ONU

A resolução aprovada ontem autoriza o envio de 15 mil soldados de uma força de paz das Nações Unidas. Esta aprovação pelo CS é a primeira ação significativa adotada pelo organismo para tentar pôr fim à guerra no Oriente Médio.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou que centenas de milhões de pessoas em todo o mundo compartilhavam da sua frustração pelo fato de o CS ter demorado tanto tempo para agir. A inércia do órgão máximo da ONU "abalou extremamente a confiança do mundo sobre sua autoridade e integridade", criticou Annan.

A resolução, adotada por 15 a 0, exige a "completa suspensão das hostilidades", determinando que o Hizbollah interrompa imediatamente todos os ataques e que Israel pare com "todas operações ofensivas".

Assim que os confrontos cheguem ao fim, Israel deve empreender uma retirada em etapas do Líbano, à medida que o Exército libanês e uma força de paz ampliada da ONU --com 15 mil soldados-- avancem na área sob o domínio do Hizbollah no sul do Líbano.

Ofensiva

Unidades militares israelenses que invadiram ontem à noite o sul do Líbano para ampliar a campanha contra o Hizbollah já controlam terrenos próximos à margem do rio Litani segundo fontes militares citadas neste sábado pela rádio pública.

Esse é o objetivo da missão determinada por Olmert e Peretz, que ontem mandaram as Forças Armadas estenderem a ofensiva contra o Hizbollah até o Litani, a cerca de 30 quilômetros da fronteira.

O Hizbollah confirmou haver enfrentado o Exército israelense perto do rio. O grupo afirmou ter destruído pelo menos quatro tanques de Israel e negou ter perdido o controle da região.

Segundo as autoridades militares, o território entre o Litani e a fronteira é usado por membros do Hizbollah para disparar seus mísseis e foguetes contra a população do norte de Israel.

A nova invasão reforçou o contingente de 6.500 soldados que já estavam no sul do Líbano, operando numa faixa territorial de seis a oito quilômetros ao longo da fronteira.

A ofensiva israelense começou pouco antes de o Conselho de Segurança da ONU aprovar a resolução para o cessar-fogo. As tropas pretendem desmontar a infra-estrutura de combate do Hizbollah, o que pode levar várias semanas.

Com agências internacionais

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