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Discordo
do colunista da Folha Online Lúcio Ribeiro quando
ele diz que o rádio convencional está com "os
dias contados" na matéria de ontem (21/7) do caderno
especial e-ntretenimento.
Em primeiro lugar, só 5% da população usa Internet.
Desses, quais sintonizam rádios virtuais? Uma minoria mesmo.
Mesmo, mesmo! Isso é coisa para muito poucos: alguns músicos,
críticos de música, radialistas e outros aficionados.
A grande maioria ouve rádio no radinho de pilha mesmo. No
auto-rádio, no aparelho instalado na sala, no walkman ou
no 3 em 1.
Não é todo mundo que se interessa também em
ouvir música da pqp. Eu mesma já andei dando dicas
de rádios croatas, indianas e do escambau a quatro.
Até porque, a massa que ouve rádio é aquela
que gosta de pagode, bunda music e brega-romântico. E o caboclo
enfiado no meio do mato quer é girar o dial pra ouvir o mais
melado som sertanejo.
Sem contar que, muitas vezes, o cidadão liga o rádio
pra ouvir notícia. E aí? Vai querer saber o que se
passa na Bulgária ou na Cochinchina?
E o custo??? Internet é caro. Mesmo quem navega nos servidores
gratuitos paga o pulso. Vamos precisar de duas linhas telefônicas
ou ouvimos web radio e ficamos sem telefone. E se ficarmos o dia
todo... quem paga a conta?
Então, tá. Os mais antenados com o mundo da informática
carregam o laptop pra todo canto. Inclusive no carro. Porque até
os modelos sofisticados de carros que as marcas francesas Peugeot
e Citroën já estão soltando com o Wappi! (acessório
que dá acesso à rede) são uma realidade pra
lá de remota. Só os muito ricos vão possuir
um no curto espaço de tempo.
Voltamos à vaca fria. De que adianta eu ficar feliz em ter
sites que me deixam programar minhas canções preferidas_
o que, aliás, não se trata de rádio e sim de
listinha de músicas_, se o raio da conexão dá
pau, o programa atravanca, para baixar alguns segundos é
extremamente lento e outras panes?
Mesmo se a máquina for boa, ainda acontece esse tipo de problema.
Quem tem paciência pra ficar esperando?
A baianinha quer rebolar escutando seu axé. O maranhense
prefere viajar no seu reggae, e a caipirinha vai sonhar com o hino
de amor, que só sua estação pode proporcionar.
Tudo bem: aqueles que só gostam de música internacional
e não querem saber de notícia podem ficar na luta
para conseguir sintonizar alguma web radio. Até porque somente
no mundo virtual é possível encontrar variedade e
ficar antenado com os novos movimentos musicais. Boa sorte.
Boca
no trombone
Telefones das rádios de alguns Estados, para quem quiser reclamar
da programação. Ligue e proteste. Só assim poderemos mudar a pasmaceira
em que se encontra o dial. Já estão disponíveis os números das emissoras
de São
Paulo, Rio
de Janeiro, Minas
Gerais, Paraná
e Bahia. E semana que vem tem mais.
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17/06/2000 - Brega,
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