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16/06/2003
-
04h31
O calombo solitário de terra avistado no horizonte, singrados os vales da chamada Meseta Purépecha, parece, de longe, um mirante aprazível, por assim dizer.
Mas o chão de tom escuro do entorno e os moradores da região sofreram, por décadas a fio, o efeito do fogo e das cinzas cuspidos por essa mesma montanha, de 1943 para cá rebatizada, para sempre, como vulcão.
As marcas do "jovem" Paricutín ainda se fazem presentes nos arredores. A lava projetada vale abaixo varreu a cidade de San Juan Parangaricutiro.
O último vestígio, percebido de longe, é uma das torres da ex-igreja matriz local.
Dela, restaram somente a imponente fachada (que, daquele jeito, sem teto ou parede lateral, lembra um pouco cenografia de novela) e, ao fundo, ainda firme, o velho altar. O resto todo se perdeu.
A paisagem formada pela lava petrificada seria o ambiente perfeito para o clipe de uma música sobre o fim do mundo.
Vegetação, ainda hoje, quase não há --num raio de muitos e muitos quilômetros. Os poucos arbustos próximos à antiga cidade irrompem tímidos entre uma rocha e outra. A caminho de lá vê-se um ou outro "troje", como são chamadas as casas de madeira, sem janela e com teto inclinado, típicas da arquitetura purépecha.
Além dos turistas, os únicos que frequentam a região são pequenos comerciantes, com barracas improvisadas na boca de uma das trilhas que leva à finada igreja. Com tempo e disposição, é possível alugar um cavalo para um passeio pela área.
Romaria
A região tornou-se local de romarias, em devoção ao Señor de los Milagros --cuja imagem foi esculpida num talo de milho. A caminho de lá é possível testemunhar, com certo estranhamento, estatuetas de santos e passagens da via-crúcis recompostas em esculturas com pessoas de tamanho natural, ao lado de pequenas capelas, na margem da estrada.
Os moradores daquele pedaço do planalto migraram de início para outras cidades. Os que se mantiveram agregados, deram origem, mais tarde, ao povoado de Nuevo San Juan Parangaricutiro, alçado à condição de município em 1950. Acomodada desde 1944 numa antiga fazenda conhecida como Los Conejos, a 30 km do local original, a cidade é hoje um importante centro de produção madeireira na região.
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Lava de "jovem" vulcão emoldura o altar
Do enviado especial da Folha de S.Paulo ao MéxicoO calombo solitário de terra avistado no horizonte, singrados os vales da chamada Meseta Purépecha, parece, de longe, um mirante aprazível, por assim dizer.
Mas o chão de tom escuro do entorno e os moradores da região sofreram, por décadas a fio, o efeito do fogo e das cinzas cuspidos por essa mesma montanha, de 1943 para cá rebatizada, para sempre, como vulcão.
As marcas do "jovem" Paricutín ainda se fazem presentes nos arredores. A lava projetada vale abaixo varreu a cidade de San Juan Parangaricutiro.
O último vestígio, percebido de longe, é uma das torres da ex-igreja matriz local.
Dela, restaram somente a imponente fachada (que, daquele jeito, sem teto ou parede lateral, lembra um pouco cenografia de novela) e, ao fundo, ainda firme, o velho altar. O resto todo se perdeu.
A paisagem formada pela lava petrificada seria o ambiente perfeito para o clipe de uma música sobre o fim do mundo.
Vegetação, ainda hoje, quase não há --num raio de muitos e muitos quilômetros. Os poucos arbustos próximos à antiga cidade irrompem tímidos entre uma rocha e outra. A caminho de lá vê-se um ou outro "troje", como são chamadas as casas de madeira, sem janela e com teto inclinado, típicas da arquitetura purépecha.
Além dos turistas, os únicos que frequentam a região são pequenos comerciantes, com barracas improvisadas na boca de uma das trilhas que leva à finada igreja. Com tempo e disposição, é possível alugar um cavalo para um passeio pela área.
Romaria
A região tornou-se local de romarias, em devoção ao Señor de los Milagros --cuja imagem foi esculpida num talo de milho. A caminho de lá é possível testemunhar, com certo estranhamento, estatuetas de santos e passagens da via-crúcis recompostas em esculturas com pessoas de tamanho natural, ao lado de pequenas capelas, na margem da estrada.
Os moradores daquele pedaço do planalto migraram de início para outras cidades. Os que se mantiveram agregados, deram origem, mais tarde, ao povoado de Nuevo San Juan Parangaricutiro, alçado à condição de município em 1950. Acomodada desde 1944 numa antiga fazenda conhecida como Los Conejos, a 30 km do local original, a cidade é hoje um importante centro de produção madeireira na região.
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