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16/06/2003
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04h36
A imagem da águia pousada num cacto que dilacera uma cobra com o bico está, para o México, como a de uma revoada de borboletas para Michoacán.
Símbolo do Estado, a borboleta monarca é uma das atrações ecológicas em curto período do ano. Mas a evocação dela é tão frequente quanto a do pássaro estampado na bandeira do país.
A monarca tem uma história curiosa. A cada mês de novembro, milhões delas partem da região dos lagos norte-americana e canadense em direção ao México. São 5.000 quilômetros de distância. Elas descansam, acasalam e, semanas depois, tomam rumo de volta para casa. (Uma espécie, digamos, de borboleta-turista!)
O fato é que o Estado de Michoacán é um dos destinos preferidos delas. Especialmente seus parques. Mas a passagem pelo país dessa borboleta de asa alaranjada com a borda preta tem sido discutida com preocupação.
Um levantamento identificou que 44% da área florestal em que elas se hospedam foram perdidas ou degradados nas três últimas décadas do século passado.
Dois anos atrás, a situação mobilizou até o presidente Vicente Fox, que determinou vigilância policial nos 48 mil km2 de santuários da monarca.
Em paralelo, contratou camponeses das áreas vizinhas para atuarem em defesa da floresta, em vez de viverem da extração de madeira.
Os parques nacionais são assunto sério no México. O país despertou para o assunto nos anos 1930, sob a égide do então presidente Lázaro Cárdenas, o mesmo que implantou a reforma agrária e nacionalizou o petróleo --numa campanha que uniu madames e camponesas, com doações que iam de jóias a galinhas, para levantar os recursos que indenizariam as empresas expropriadas. Cárdenas criou na sua gestão cerca de 40 parques nacionais. Desde então, muitos outros surgiram.
Michoacán tem hoje sete deles. Há desde microparques como o Lago de Camécuaro, no município de Tangacícuaro, com cerca de dez hectares, até o Pico de Tancítaro, que abrange os municípios de Tancítaro, Nuevo Parangaricutiro, Peribán e Uruapan, com pouco mais que 23 mil hectares.
O Parque Nacional Eduardo Ruiz, a pouco mais de uma hora de Morelia, tem suas peculiaridades. Localizado na região de Uruapan, a segunda maior cidade do Estado, é o único no país integrado à área urbana. A proximidade tem sentido --ou, ao menos, convém. Fala-se que o termo Uruapan significaria "o florescer e o frutificar de uma planta ao mesmo tempo".
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Borboletas migram até parques de Michoacán
Do enviado especial da Folha de S.Paulo ao MéxicoA imagem da águia pousada num cacto que dilacera uma cobra com o bico está, para o México, como a de uma revoada de borboletas para Michoacán.
Símbolo do Estado, a borboleta monarca é uma das atrações ecológicas em curto período do ano. Mas a evocação dela é tão frequente quanto a do pássaro estampado na bandeira do país.
A monarca tem uma história curiosa. A cada mês de novembro, milhões delas partem da região dos lagos norte-americana e canadense em direção ao México. São 5.000 quilômetros de distância. Elas descansam, acasalam e, semanas depois, tomam rumo de volta para casa. (Uma espécie, digamos, de borboleta-turista!)
O fato é que o Estado de Michoacán é um dos destinos preferidos delas. Especialmente seus parques. Mas a passagem pelo país dessa borboleta de asa alaranjada com a borda preta tem sido discutida com preocupação.
Um levantamento identificou que 44% da área florestal em que elas se hospedam foram perdidas ou degradados nas três últimas décadas do século passado.
Dois anos atrás, a situação mobilizou até o presidente Vicente Fox, que determinou vigilância policial nos 48 mil km2 de santuários da monarca.
Em paralelo, contratou camponeses das áreas vizinhas para atuarem em defesa da floresta, em vez de viverem da extração de madeira.
Os parques nacionais são assunto sério no México. O país despertou para o assunto nos anos 1930, sob a égide do então presidente Lázaro Cárdenas, o mesmo que implantou a reforma agrária e nacionalizou o petróleo --numa campanha que uniu madames e camponesas, com doações que iam de jóias a galinhas, para levantar os recursos que indenizariam as empresas expropriadas. Cárdenas criou na sua gestão cerca de 40 parques nacionais. Desde então, muitos outros surgiram.
Michoacán tem hoje sete deles. Há desde microparques como o Lago de Camécuaro, no município de Tangacícuaro, com cerca de dez hectares, até o Pico de Tancítaro, que abrange os municípios de Tancítaro, Nuevo Parangaricutiro, Peribán e Uruapan, com pouco mais que 23 mil hectares.
O Parque Nacional Eduardo Ruiz, a pouco mais de uma hora de Morelia, tem suas peculiaridades. Localizado na região de Uruapan, a segunda maior cidade do Estado, é o único no país integrado à área urbana. A proximidade tem sentido --ou, ao menos, convém. Fala-se que o termo Uruapan significaria "o florescer e o frutificar de uma planta ao mesmo tempo".
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