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14/07/2003 - 05h23

Região batiza formação criada pelo avanço do mar rio adentro

do enviado especial da Folha de S.Paulo à Espanha

Quem se dirigir ao mar Cantábrico com a expectativa de encontrar apenas uma versão menos ensolarada do Mediterrâneo irá se surpreender. Os mares que banham as duas costas da Espanha devem ser desfrutados por suas características intrínsecas. Se o calor no verão é menos intenso no norte, nem por isso a costa cantábrica faz feio na comparação com o lado espanhol mais conhecido.

O litoral da Galícia e de Astúrias é tão singular que vem do espanhol a denominação, em várias línguas, do profundo recorte geológico que leva o mar a entrar pelos rios da região. Dá-se o nome de rias a qualquer vale fluvial invadido pelo mar.

A Galícia tem dois tipos de rias. As rias baixas, na costa atlântica, são mais largas (chegam a ter 30 quilômetros), profundas (até 70 metros) e longas (mais de 40 quilômetros rio adentro). As rias altas, predominantes na costa cantábrica, são menores e ladeadas por falésias mais altas.


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    Paisagem mutante

    Altas ou baixas, as rias dão a fisionomia da região. É lá que estão os portos e se praticam esportes náuticos. Trata-se também de uma paisagem que muda de acordo com a maré. Leitos secos se transformam em correntes caudalosas em questão de horas.

    As rias também são fonte de alimentos típicos da região. Algumas variedades de peixes e crustáceos só são encontradas nos trechos em que se misturam as águas doce e salgada.

    Apesar do vazamento de petróleo, muitas praias do mar Cantábrico têm a bandeira azul, uma garantia de limpeza e de infra-estrutura. Uma parada obrigatória é a praia das Catedrais, já próxima da fronteira com o Principado de Astúrias. O nome vem das falésias. Esculpidas pelo mar e pelo tempo, elas formaram arcos, cúpulas e reentrâncias que lembram a arquitetura de certos templos religiosos. É uma praia mais para ser visitada do que para nadar ou tomar sol.

    Anfiteatro

    Seguindo-se pela costa, um pouco mais adiante, já em Astúrias, chega-se a uma cidade que, à primeira vista, é improvável: Cudillero. Trata-se de um pequeno povoado que abriga um porto. Quando a aproximação é feita pelo plano mais alto, vê-se apenas o mar no horizonte. Nada indica que, alguns passos adiante, o visitante estará diante de Cudillero, que surge como do nada. Rampas e escadarias levam à cidade, cem metros abaixo. A vila se concentra no nível do mar e, em formato de um anfiteatro, sobe pelas encostas das montanhas em construções baixas, em que predomina a cor branca.

    Se o visitante tiver a sorte de chegar num pôr-do-sol, estará diante de um cartão postal, com uma trilha sonora de gritos de gaivotas atraídas pelos pescadores que retornam ao cais.
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