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08/09/2003 - 02h34

"Caddies" se transformam em bons jogadores de golfe

MARCELO SAKATE
enviado especial à Bahia e ao Paraná

Esporte caro que exige um sem-número de equipamentos. Um jogo com etiqueta excessiva, sem ação e vocabulário complicado, em inglês. Essas são algumas das razões enumeradas no Brasil por quem vê o golfe como modalidade sem graça, mas que mascara a realidade do jogo que atrai 26,4 milhões de praticantes nos EUA e quase 3 milhões na Europa.

A prática do golfe entre nós é menor do que na Argentina, só para se tomar um exemplo. Aqui a atividade esportiva ainda está ligada aos campos de clubes particulares, de visibilidade restrita, abertos quase que somente aos sócios e cujos títulos custam caro.

Enquanto a Argentina tem campos públicos há décadas, apenas no fim dos anos 90 é que o acesso do brasileiro começou a ser facilitado por meio de empreendimentos turísticos e de "driving ranges" públicos, mas não gratuitos.

Quanto ao estereótipo de que quem gosta do esporte é milionário ou aposentado, os "caddies" -responsáveis por carregar as bolsas de tacos pelos 18 buracos, limpar as bolas e dar dicas do campo- rebatem a afirmação. Nos campos brasileiros, eles costumam ser jovens de famílias de baixa renda que moram nas redondezas e aprendem a jogar com tacos emprestados ou usados que ganharam de presente de sócios.

Alguns dos melhores jogadores do Brasil foram "caddies", caso de Acácio Jorge Pedro e João Corteiz. Na história do golfe, o esporte oscilou entre atividade popular e de elite.

Jogo

O golfista pode ter até 14 tacos na bolsa. Nem todos são imprescindíveis para o novato -ou até para amadores com "handicap" alto (índice que mede o nível do atleta, quanto menor, melhor o jogador). Cada taco é apropriado para situações específicas, mas o golpe executado muitas vezes não depende dessa sofisticação, mas da habilidade de quem joga.
O "putter" (próprio para o "green"), o "driver" (para o "tee") e o "sand wedge" (para as bancas próximas ao "green") são os tacos imprescindíveis. Mais três ferros para jogadas de longa, média e curta distâncias seriam suficientes para um golfista que não tivesse como adquirir equipamento usado -coisa corriqueira.

A bola é o item com menor durabilidade, mas é o mais barato (uns R$ 6 a caixa com três) e também pode ser comprado seminovo. A luva, para agarrar firme o taco, e sapatos com pregos de plástico ou de borracha, para não escorregar na execução do "swing", são bens que duram anos.
"Swing" é o nome que se dá ao movimento de execução da tacada. Esse balanço é o principal componente de um golpe preciso que chega ao destino que se deseja. É o aprendizado mais difícil do golfe. Por essa razão se dedica tanta atenção a cada detalhe, desde a posição dos pés, o giro dos ombros, a rigidez dos braços etc.

A ação está presente nas mais de 70 tacadas (sem contar "swings" de prática antes do golpe propriamente dito) e nos seis quilômetros percorridos durante um jogo.

A caminhada sob sol ou chuva por cerca de seis horas é outra atração. Apesar de poder soar como um martírio, o golfe a torna prazerosa. Além da conversa, pesa o contato com a natureza. O esporte estimula a sociabilidade e ajuda a reunir amigos e familiares de várias faixas etárias.

Nas partidas amistosas e nos torneios se entra no campo para jogar em grupos de três ou quatro pessoas, no máximo.

Princípios e etiqueta

Atitudes como assumir a perda de uma bola que deveria ser localizada com facilidade ou se denunciar por ter raspado com o taco na areia antes de se executar uma tacada na banca são corriqueiras no golfe. Embora nesses casos estejam previstas penalidades com o acréscimo de golpes, alguns poucos usam a malandragem para melhorar o "score", pois um dos desafios é melhorar o próprio jogo. Honestidade e cavalheirismo são parte do golfe.

A educação está presente ao se dar passagem já em campo a uma turma que vem logo atrás e que joga com maior velocidade, no respeito ao horário e no silêncio no momento em que o colega executa um golpe.

Há uma série de procedimentos específicos: nos "tees", joga primeiro quem tiver se saído melhor no buraco anterior (menor número de tacadas); no "fairway" e no "green", quem estiver mais longe do buraco.

Cuidar do campo é outra obrigação. Recolocar pedaços de grama arrancados e rastelar as bancas de areia após o impacto causado pelas tacadas são atos primordiais. Estragar a grama com o taco porque se errou um golpe ou arranhá-la com os pregos de metal do sapato (o uso deles hoje é proibido na maioria dos campos) são atitudes condenáveis.

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