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29/09/2003 - 05h07

Número 4 desaparece até dos edifícios

da enviada especial a Hong Kong

Entrar em um elevador e apertar o botão que leva ao quarto andar é prática corriqueira em qualquer lugar do mundo --ocidental, que se deixe bem claro.

Em Hong Kong, raro é encontrar o sinal para o quarto ou para o décimo terceiro andar nos painéis dessas máquinas elevatórias.

Claro que os pavimentos estão lá, logo após o terceiro ou antes do décimo quarto. Mas, mais forte do que a racionalidade numérica, é a superstição dos chineses.

Pela sua pronúncia em cantonês, que se assemelha à da palavra morte, o quatro é temido e, sempre que possível, preterido. Não apenas o numeral, mas as combinações que o evocam, como dois e dois ou um e três.

Seguindo as regras, mesas quadradas são raridades, bem como placas de carro com tais numerais. Mas que os olhos ocidentais não se espantem ao avistarem chapas "4444". Na complicada matemática da sorte, quatro e quatro traz oito, o número mais feliz, que indica prosperidade.

Nessa sociedade capitalista, além de sorte ou azar, os números também transparecem riqueza ou pobreza. Quanto mais satisfatória for a combinação numérica de uma placa, mais alto é o seu preço --diz a lenda que a placa "8888" foi vendida por US$ 1 milhão. O mesmo prossegue no mercado imobiliário. O oitavo andar é mais caro que o quinto.

Assim como cada número tem seu significado, as cores seguem as crenças. Chapéus verdes atraem azar; vestidos vermelhos trazem sorte às noivas; o branco é reservado aos funerais.

Prédios inteiros são repintados de acordo com o ano do horóscopo chinês em que se entra, ainda que não haja falhas na pintura.

Espelhos também ajudam a espantar o azar. Quem mora diante de algum elemento negativo (um cemitério ou uma estrada em que ocorrem muitos acidentes) pode impedir que as energias ruins entrem na casa. Basta colocar um espelho convexo em uma janela ou em uma porta, que ele se encarregará de mandar a má sorte para o lugar de onde ela veio.

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