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29/09/2003 - 06h51

Comilança é regada a chá, bolinhos e serenidade

da enviada especial a Hong Kong

Sente-se, segure os pauzinhos com segurança e delicie-se. Comer em Hong Kong não se resume a atender às reclamações de seu estômago desprovido de alimentos. A nutrição exige tempo, paciência e libertação de qualquer pudor calórico. Um pequeno banquete a cada refeição.

Comecemos pelo café da manhã, ou melhor, pelo almoço. O hábito local é unir os dois repastos em uma espécie de "brunch" chamado de "dim sum", que, traduzindo, significa "tocar o coração". São dezenas de bolinhos cozidos e fritos, feitos com carne de porco e frutos do mar, que comovem também o seu paladar. Envoltos por uma fina massa, os petiscos são servidos um após o outro em cestos de bambu, acompanhados de múltiplos molhos --picantes e agridoces; espessos e ralos-, sopas e vegetais.

O restaurante Fung Shing (749 Nathan Road), em Kowloon, serve um dos "dim sum" mais famosos da cidade. O preço é dado pelo número de cestos pedidos (os pequenos custam HK$ 10, e os grandes, HK$ 21), que, normalmente, passam de dez. Mas, antes de comer, compre um pacote de lenços-de-papel. Nos restaurantes mais tradicionais não há guardanapos. O cliente deve trazer o seu próprio de casa.

O chá é bebida inevitável em qualquer refeição. Ele está na mesa antes mesmo de os comensais chegarem. E o costume dita que, ao ser servido dele, o convidado deve bater delicadamente os dedos indicador e médio um pouco curvados algumas vezes na mesa. É a maneira oriental de se dizer: "Muito obrigado pelo chá".

No jantar, outra comilança demorada. Muita carne --bovina, suína e de frango-- frita ou assada. O macarrão, chamado de "noodle", frito ou cozido e servido com vegetais não pode faltar. Ele é sinônimo de fartura. Seu preparo, manual, é um espetáculo à parte. Os fios surgem da massa como mágica, sem o uso de facas.

Para finalizar, a sobremesa intriga qualquer brasileiro. Nosso estimado feijão é usado em quase todos os doces. A vagem, mais vermelha do que a usada por aqui, é misturada com leite condensado, leite de coco e pedaços de manga. O sabor não desagrada.

Com mil anos

Para banquetes, uma das especialidades é o ovo de mil anos. Muito apreciado pelos locais, o prato é, na maioria das vezes, evitado pelos turistas que descobrem seu processo de feitura antes da primeira mordida. O ovo, de pato, não tem a idade que o nome indica, mas passa longe de ser chamado de fresco.

Para prepará-lo, envolve-se o ovo em um líquido feito com chá, sal, cinzas --de madeira e carvão-- e limão. Em seguida, forra-se uma tigela com terra e deita-se o ovo sobre essa camada, cobrindo-o com um pouco mais de terra. Depois, é só levar o pote para um lugar escuro e deixá-lo lá, por uma centena de dias!

Após os três meses e dez dias, o ovo é descoberto e lavado em água corrente. A clara adquire um amarelo translúcido, e a gema, uma tonalidade verde, muito escura. Cortado em duas partes iguais, o alimento é servido acompanhado de vegetais e de carne de água-viva, por exemplo.

Sopa de barbatana de tubarão e de ninho de andorinha também fazem parte do cardápio das ocasiões especiais.

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