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29/09/2003 - 05h23

Balsa, bonde e escada desvelam cotidiano

da enviada especial a Hong Kong

Ela é rainha onipresente em shoppings e em aeroportos, mas, em Hong Kong, disputa lugar com carros, ônibus e trens. Nessa cidade chinesa, a escada rolante ganhou status de meio de transporte público. Em pelo menos um quesito, seus degraus batem qualquer concorrente: é o mais econômico, já que o "bilhete" é gratuito.

Uma série de escadas e passarelas rolantes, unidas por pequenos degraus fixos, forma uma "estrada" de 792 metros que liga todas as vias entre Queen's Road e Conduit Street, no norte da ilha de Hong Kong. É o mais longo sistema desse tipo em todo o mundo. O percurso, coberto, conta também com escadas e rampas comuns para quem estiver andando na direção oposta à das escadas.

No início da manhã, elas descem, transportando para a região central da ilha trabalhadores que habitam o bairro de Mid-Levels. No restante do dia, até a meia-noite, o sistema trabalha no sentindo inverso.

Como qualquer estrada com duas pistas, as escadas rolantes também possuem sua área expressa, à esquerda, para quem quer caminhar enquanto os degraus sobem. Para os que não estão com pressa, fica reservado o lado direito.

No meio do percurso, nas ruas Elgin, Shelley e Stauton, pequenos restaurantes iluminam o caminho. A região, chamada de SoHo (por ser a região sul da Hollywood Road), abriga bons lugares para comer algo ou beber um café durante a noite. É só escolher um.

Enquanto sobe os degraus das ruas inclinadas, o visitante pode olhar pelas janelas abertas os minúsculos apartamentos --em média, são 30 metros quadrados para cada família-- que se erguem ao redor das escadas.

A "espionagem" ajuda a entender melhor o cotidiano desses chineses: sentindo o cheiro de sua comida, descobrindo quais as cores que eles escolhem para pintar as suas paredes, como decoram a sala, o que fazem quando chegam do trabalho --que, não raro, dura de dez a 12 horas por dia.

Cinquentões

Outra forma de transporte intensamente utilizada em Kong, talvez a mais charmosa, se dá pelo mar. Doze balsas, das décadas de 50 e 60, cruzam o porto de Victoria levando passageiros entre a ilha de Hong Kong e a península de Kowloon, das 6h30 às 23h30. O bilhete custa apenas HK$ 2,20.

Entre as embarcações, tradicionalmente verdes, há modelos turísticos decorados como os barcos antigos que cruzam o rio norte-americano Mississipi.

Conhecidos como Star Ferries, os barcos levam cinco minutos para realizar o percurso. O que é uma vantagem para os honcongueses torna-se uma lástima para o forasteiro, que precisa de muito mais tempo para apreciar tudo o que está à sua frente. O olhar fica dividido entre Hong Kong e Kow-loon. As duas disputam entre si o título de vista mais bela e iluminada. Entre elas, o mar, que tira vantagem das duas, reflete as luzes de ambas as costas.

Em terra firme, uma linha de bondes corta a ilha de Hong Kong desde 1904. É um dos mais antigos sistemas de transporte desse tipo em funcionamento no mundo e o único que utiliza veículos com dois andares --construídos há mais de 50 anos. Coloridos, iluminados e silenciosos, os bondes funcionam das 6h à 1h.

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