29/09/2003 - 06h43

Grande Buda de Lantau abençoa Pequim

da enviada especial a Hong Kong

São mais de 250 degraus para alcançá-la. Não que ela não possa também ser admirada de longe, mas o que se vê após a subida vale o esforço feito para vencer cada um dos degraus. A escultura de bronze de Buda, com 22 metros de altura, fincada na ilha de Lantau, está entre as maiores da Ásia. Dentro da imagem, uma relíquia: um dente de Buda, em um invólucro de cristal.

Sentado sobre uma flor de lótus, símbolo do budismo, com as mãos abertas --uma sobre os joelhos e a outra estendida--, o Buda dá graças e abençoa Pequim, olhando em direção à cidade.

Segundo a guia Sonia Lam, a imagem, inaugurada em 1993, seria um sinal de agradecimento do povo de Hong Kong pela autonomia concedida ao território.

Sob os pés de Buda, o mosteiro Po Lin guarda um templo que reúne divindades de três religiões --budismo, confucionismo e taoísmo. Nele, monges rezam e cantam diante de imagens douradas. Do lado de fora do grande templo, os hábitos dos religiosos secam ao sol.

Ao todo, Hong Kong tem mais de 600 templos dessas crenças orientais. Muitos deles, assim como o de Po Lin, agrupam as três religiões. Quem entra reza para as imagens de sua fé.

Milenares

O budismo foi fundado por Siddharta Gautama, o Buda, no século 6º a.C. Professa a crença na transmigração das almas (metempsicose), segundo a qual os seres podem assumir formas diferentes (animal, humana e outras) e estão sujeitos a nascimento e morte sucessivos. Esse ciclo pode ser interrompido se o crente alcançar o nirvana --estado de paz e plenitude.

O taoísmo surgiu a partir dos ensinamentos de Lao Tsé, também no século 6º a.C. A religião prega que o mundo é formado por elementos opostos, yin e yang, sempre em movimento.

O confucionismo é o modo de vida pregado por Confúcio (551-479 d.C).

Seus preceitos, baseados na devoção à família e aos amigos, na paz e na educação, tornaram-se um parâmetro de valores e um código social para seus seguidores.

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