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15/12/2003
-
04h00
A agenda é lotada, e a dieta, reduzidíssima. O dia começa cedo e, ao longo dele, ingerem-se no mínimo 300 calorias. O máximo permitido é o dobro disso. Embora o contexto soe como um sacrifício, há quem diga: "Eu adoro spa", como a estudante Fernanda Borges, 15, que, desde outubro, é frequentadora do Spa Med Guarujá, existente há sete anos dentro do Casa Grande Hotel & Resort no Guarujá, a 90 km de São Paulo.
A maioria dos spasianos está lá mesmo para perder quilos inconvenientes, mas isso não significa que os frequentadores sejam todos obesos. Circulam pelo spa do Guarujá corpos longilíneos, muitos adolescentes e gordinhos.
Além da meta número um (emagrecer), alguns vão ao spa para desestressar, manter o peso ou até para passar por um check-up geral (o spa tem equipe multidisciplinar de especialistas).
A opção de sofrer ou não por pensar em comida durante a estada depende do spasiano. A estratégia do spa é preencher o tempo dos pacientes com atividades, que acontecem na praia, nas dependências do hotel ou na área com salas exclusivas aos spasianos.
"O ócio provoca reações de fome", comenta a diretora do Spa Med Guarujá, Marlene Burgard. Por isso as atividades se estendem de manhã até a noite.
"Não dá tempo para pensar em comida", afirma a spasiana capixaba Renata de Aguiar Machado, 42, pela terceira vez num spa.
Com capacidade para atender 105 pacientes, o local tem o dia forrado de ginástica e tratamentos estéticos. As atividades se emendam umas às outras.
A carga horária dos spasianos que fazem tratamento por uma semana inclui consultas com nutricionista, dermatologista, dentista, endocrinologista, psicólogo e outros especialistas.
Com agenda cheia, lembra-se de comida quando a barriga ronca ou durante as refeições, quando o assunto preferido vem à tona: as guloseimas servidas lá fora. Como nesse spa o paciente é livre para sair a qualquer momento --muitos passam o dia no local sem se hospedar no Casa Grande--, comenta-se sobre barracas de churros e o cheiro de milho verde que vem do carrinho no calçadão de frente para o hotel.
Quem quiser pode até sair da linha, mas não há como enganar os médicos. "O controle do que é ingerido é feito através da urina", afirma o endocrinologista Mauro Tadeu de Moura.
À mesa
Reunir-se para a hora da comida é um evento regado a "sonhos" e descontração. Quem deixa algo no prato é chamado de "chiquérrimo" pelo maître Luiz Alves da Silva, que descreve as três opções de pratos para o jantar e para o almoço na refeição anterior. "Hoje temos risoto de camarão ou lasanha com massa de pastel ou quibe", frisa Silva.
A apresentação dos pratos é bastante valorizada. Utiliza-se salsa, pitada de ketchup sobre uma rodela de rabanete e outras variações para apetecer ao spasiano. E o enfeite no prato não é mero elemento decorativo: "Vou comer essa salsa", diz uma spasiana.
Os que estão numa dieta de 600 calorias, ao espiar o prato do companheiro em regime de 300 calorias, considera sua refeição um banquete. Os que recebem o prato com metade das calorias dizem estar "satisfeitos" pelo momento. "Comemos com os olhos", diz outra spasiana. Para a nutricionista Luciana Valente Lima, o papel do spa é reeducar. "Não é um quartel."
Margarete Magalhães hospedou-se a convite do Spa Med Guarujá
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Agenda cheia faz spasiano esquecer a fome
da enviada especial da Folha de S.Paulo ao Guarujá (SP)A agenda é lotada, e a dieta, reduzidíssima. O dia começa cedo e, ao longo dele, ingerem-se no mínimo 300 calorias. O máximo permitido é o dobro disso. Embora o contexto soe como um sacrifício, há quem diga: "Eu adoro spa", como a estudante Fernanda Borges, 15, que, desde outubro, é frequentadora do Spa Med Guarujá, existente há sete anos dentro do Casa Grande Hotel & Resort no Guarujá, a 90 km de São Paulo.
A maioria dos spasianos está lá mesmo para perder quilos inconvenientes, mas isso não significa que os frequentadores sejam todos obesos. Circulam pelo spa do Guarujá corpos longilíneos, muitos adolescentes e gordinhos.
Além da meta número um (emagrecer), alguns vão ao spa para desestressar, manter o peso ou até para passar por um check-up geral (o spa tem equipe multidisciplinar de especialistas).
A opção de sofrer ou não por pensar em comida durante a estada depende do spasiano. A estratégia do spa é preencher o tempo dos pacientes com atividades, que acontecem na praia, nas dependências do hotel ou na área com salas exclusivas aos spasianos.
"O ócio provoca reações de fome", comenta a diretora do Spa Med Guarujá, Marlene Burgard. Por isso as atividades se estendem de manhã até a noite.
"Não dá tempo para pensar em comida", afirma a spasiana capixaba Renata de Aguiar Machado, 42, pela terceira vez num spa.
Com capacidade para atender 105 pacientes, o local tem o dia forrado de ginástica e tratamentos estéticos. As atividades se emendam umas às outras.
A carga horária dos spasianos que fazem tratamento por uma semana inclui consultas com nutricionista, dermatologista, dentista, endocrinologista, psicólogo e outros especialistas.
Com agenda cheia, lembra-se de comida quando a barriga ronca ou durante as refeições, quando o assunto preferido vem à tona: as guloseimas servidas lá fora. Como nesse spa o paciente é livre para sair a qualquer momento --muitos passam o dia no local sem se hospedar no Casa Grande--, comenta-se sobre barracas de churros e o cheiro de milho verde que vem do carrinho no calçadão de frente para o hotel.
Quem quiser pode até sair da linha, mas não há como enganar os médicos. "O controle do que é ingerido é feito através da urina", afirma o endocrinologista Mauro Tadeu de Moura.
À mesa
Reunir-se para a hora da comida é um evento regado a "sonhos" e descontração. Quem deixa algo no prato é chamado de "chiquérrimo" pelo maître Luiz Alves da Silva, que descreve as três opções de pratos para o jantar e para o almoço na refeição anterior. "Hoje temos risoto de camarão ou lasanha com massa de pastel ou quibe", frisa Silva.
A apresentação dos pratos é bastante valorizada. Utiliza-se salsa, pitada de ketchup sobre uma rodela de rabanete e outras variações para apetecer ao spasiano. E o enfeite no prato não é mero elemento decorativo: "Vou comer essa salsa", diz uma spasiana.
Os que estão numa dieta de 600 calorias, ao espiar o prato do companheiro em regime de 300 calorias, considera sua refeição um banquete. Os que recebem o prato com metade das calorias dizem estar "satisfeitos" pelo momento. "Comemos com os olhos", diz outra spasiana. Para a nutricionista Luciana Valente Lima, o papel do spa é reeducar. "Não é um quartel."
Margarete Magalhães hospedou-se a convite do Spa Med Guarujá
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