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29/03/2004 - 02h41

Cairo é um caleidoscópio de sensações

da Folha de S.Paulo, no Egito

O Cairo é um caleidoscópio de sensações e experiências. Suas diversas facetas, surgidas em milênios de história, vão se encaixando e desencaixando num ritmo alucinante, permitindo sempre uma nova descoberta e emoção.

Lá está o Nilo, mítico e caudaloso, que corta a cidade ao meio, formando ilhas em seu percurso. Boa parte das margens está ocupada por altos prédios de hotéis, bancos etc. Mas a paisagem urbana, que à noite se enche de luminosos, não tira o impacto do rio mais famoso do mundo.

Em segundo lugar, vem o ritmo fervilhante da maior cidade do mundo árabe, com população um pouco inferior à de São Paulo.

Por um lado, a capital do Egito sofre dos problemas comuns a todas as cidades que cresceram em ritmo acelerado sem ter recursos para acompanhar a explosão demográfica e urbana. Por outro, tem uma vibração única. Que é sentida com mais ênfase após o anoitecer, quando seus habitantes se encontram para bater papo e namorar nas pontes sobre o Nilo e nos calçadões às suas margens.

Rezas e boates

O som das rezas nas mesquitas une-se ao ruído incessante das buzinas dos carros e à música estridente dos barcos-boates que sobem e descem o rio para tornar as noites frenéticas. E longas, pois os árabes não querem saber de dormir cedo.

O centro da cidade foi construído na metade do século 19 por Khedive Ismail, um monarca francófilo que se inspirou nas ruas retas e planejadas de Paris. Mas, aos poucos, é o incrível passado longínquo da cidade que se torna cada vez mais presente, com todas as suas contradições.

Há o Cairo copta, como é conhecido o cristão egípcio. Antes de se tornar majoritariamente muçulmano, a partir do século 7º, o Egito, então sob domínio romano e, posteriormente, bizantino, foi majoritariamente cristão.

Essa herança está em várias igrejas, como a Suspensa, construída sobre as fundações de uma fortaleza romana, exemplo único da arquitetura, da decoração e dos símbolos religiosos coptas.

É surpreendente imaginar que o Egito, hoje predominantemente muçulmano, foi, há mais de mil anos, um dos primeiros países do mundo a abraçar o cristianismo.

O mesmo bairro tem a sinagoga Ben-Ezra, construída no século 7º a.C., depois transformada em igreja e, novamente, em sinagoga.

Há o Cairo islâmico, que se espalha por uma grande área e tem inúmeras mesquitas, tumbas, palácios e, claro, a Cidadela e o bazar Khan al Khalili. Das dezenas de mesquitas, três se destacam. A do sultão Hassan, erguida entre 1356 e 1363, durante o império mameluco, é um dos maiores edifícios islâmicos do mundo.

Chama a atenção pela imponência arquitetônica --em especial do pátio central, cercado por quatro madrassas (escolas), dedicadas às quatro vertentes do pensamento islâmico dominantes no Cairo na época-- e pela simplicidade decorativa. O mausoléu do sultão tem uma cúpula altíssima, onde a oração do imame (ministro da religião muçulmana) local ecoa com uma beleza única.

Já a mesquita Al Azhar, construída em 970, é considerada a mais antiga universidade do mundo. As opiniões de seus chefes religiosos são ouvidas com atenção em todo o mundo muçulmano, motivo pelo qual ela é chamada de Vaticano do islamismo.

Al Azhar atrai muçulmanos de todo o planeta em busca de conhecimento religioso e é justamente isso que a torna tão interessante. É uma mesquita viva, onde centenas de pessoas das mais diversas nacionalidades estudam, meditam, trocam idéias.

Finalmente, há a mesquita de Ibn Tulun, erguida em 879 no estilo arquitetônico característico do Iraque, inclusive com um minarete em formato de zigurate (templo babilônio antigo em forma de torre piramidal, com uma escada externa em espiral).

Em fase final de restauração, se tornará em breve uma das atrações mais impressionantes do Cairo islâmico.

Bem ao lado, com vista para as muralhas de Ibn Tulun, fica o imperdível museu Gayer-Anderson, normalmente não incluído nos tours da cidade. É uma casa de arquitetura tipicamente islâmica, muito bem preservada e decorada por um general inglês que lá viveu na primeira metade do século passado.

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