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07/07/2005 - 10h46

Boston: "Dar banana" em Cape Cod é acolhedor

ADALBERTO LEISTER FILHO
Enviado especial a Massachusetts (EUA)

Se o leitor se perder em Cape Cod, não estranhe se, ao pedir informação para algum morador, ele estender o braço dobrado para mostrar o caminho correto.

Naquelas paragens parece ser descartável usar mapas diante da similaridade entre essa parte do corpo e o formato da península.

Longe de mandar uma banana ao visitante desavisado, a região oferece vários atrativos para fascinar cada vez mais turistas, ainda domésticos em sua maioria, que abarrotam seu litoral no verão.

Há os museus interativos de Plymouth, os refinados campos de golfe de Hyannis, os jardins floridos e museus em Sandwich e a agitação de Provincetown. Do exterior vêm europeus, principalmente ingleses. Agora, a meta é trazer mais brasileiros.

"Atualmente temos muitos imigrantes do seu país. Queremos também os turistas", diz Arthur Ratsy, vice-presidente da Câmara de Comércio de Cape Cod, que calcula em 15 mil o número de tupiniquins espalhados pela região.

Viajando pela rota 6A, a mais charmosa do lugar, não é preciso procurar muito para avistar bandeiras nacionais hasteadas na frente de lojas e residências.

Sim, como na região de Boston, é possível cruzar com vendedoras com sotaque da Bahia, além de cafés e mercados de produtos nacionais. Alguns disputados a tapa entre os imigrantes, como leite condensado e até chinelo de dedo.

O caminho é o paraíso dos antiquários e caçadores de livros raros. São tantas lojas dedicadas a vender o que nossos antepassados descartaram que ficamos com a impressão de que é o comércio de antigüidades, e não o turismo ou a pesca, a principal atividade econômica local.

A paisagem se alterna entre a mata, casas revestidas de shingles (telhas finas de madeira) e cemitérios abertos, como se fossem pracinhas de cidades do interior. Pois é, muitos norte-americanos escolhem o sossego desses povoados para dar os últimos suspiros.

Sandwich, no ombro de Cape Cod, é um exemplo disso. Se tudo o que você quer é esquecer o estresse da civilização, sem abrir mão do conforto dela, é o lugar ideal para passar uma tarde.

Um passeio prazeroso é pelo Heritage Museums & Gardens (67 Grove St.), parque florido recheado de museus. O Auto Museum é o mais interessante deles. A menina-dos-olhos do acervo é um Duesenberg de 1931 que pertenceu ao ator Gary Cooper.

Esqueça os fast foods. Em Sandwich prefira saborear lentamente bons frutos do mar no The Aqua Grille (14 Gallo Rd.) ou no Seafood Sam's (6 Coast Guard Rd.).

Se já é noite, dê uma esticada até o cotovelo e faça um "pit-stop" no Christian's Restaurant, em Chatham (443 Main St.). Lá, a diversão é degustar seu filme predileto. Cada prato tem o nome de um sucesso na telona, como "O Senhor dos Anéis" ou "Menina de Ouro".

Para beber, peça uma Sam Adams. Um dos heróis da independência, Samuel Adams hoje é mais conhecido do que próceres como Benjamin Franklin e Thomas Jefferson graças ao sucesso da cerveja que o homenageia.

Mas, se o objetivo é mesmo muvuca, o lugar certo é Provincetown, que fica no punho do nosso mapa imaginário. Nada provinciana, a cidade foi descoberta por intelectuais em meados do século passado e hoje é ponto de encontro de comunidades hippie e GLS.

Não, não é preciso estar identificado com algum desses grupos para ter o que fazer na cidade.

O comércio de quinquilharias é enorme, principalmente de roupas, bijuterias e suvenires a preços atrativos, como na Shirts "N" Stuff (329 Commercial St.). Todos a preços convidativos até para quem tem a estranha mania de converter dólar em real a cada vez que coloca a mão no bolso.

Heritage Museums & Gardens - Ingresso: adultos (US$ 12); acima de 60 anos (US$ 10); jovens entre seis e 16 anos (US$ 6); crianças com menos de cinco anos: gratuito; www.heritagemuseumsandgardens.org

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