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13/07/2006 - 12h08

Tailândia: Tribos acolhem forasteiro com pose forçada

MARISTELA DO VALLE
Colaboração para a Folha de S.Paulo, na Tailândia

Espalham-se pelo norte da Tailândia várias tribos nômades, dignas de capas da revista "National Geographic", como as mulheres-girafa com anéis dourados no pescoço. Ao fazer esse roteiro, além de conhecer um pouco sobre as populações que habitam locais recônditos nas montanhas tailandesas, dá para se despir de algumas idéias simples, como a de que ter argolas em torno do pescoço é dolorido.

Aquela pilha de anéis de ouro no pescoço feminino muitas vezes pode angustiar os ocidentais. Mas tal adorno faz parte da cultura da tribo Padaung, das mulheres-girafa. Elas garantem que os anéis não incomodam e são indolores. Existem várias versões sobre a origem dos anéis. Uma é que eles teriam a função de afastar os homens das tribos vizinhas.

Outra é que seria um tributo aos dragões, que estariam entre seus ancestrais. Também há quem diga que os anéis repelem os maus espíritos. As mulheres recebem o primeiro anel aos três anos de idade. Depois ganham um por ano até completar 25 anos. Mas nem todas devem usá-los no pescoço. Eles podem envolver os pernas, os braços e/ou a cintura. Quem decide o local onde eles serão colocados é o chefe da tribo, que interpretaria a vontade dos espíritos.

Ao receberem os turistas, as mulheres-girafa ficam sentadinhas nas suas barracas posando para fotos, o que faz muita gente associar o esquema ao de um zoológico.

As crianças brincam alegremente quando os turistas dão as costas, mas, assim que eles se aproximam, voltam correndo e sentam comportadamente em seus lugares. Melhor seria conhecer seus genuínos hábitos do dia-a-dia. Mas tal forma de ganhar a vida deixa de ser reprovável quando se descobre que os membros da tribo Padaung vieram do país vizinho Mianmar como refugiados, devido às duras condições de vida ou por causa da guerra étnica do país. Na Tailândia ganham um bom dinheirinho com a venda de artesanato e com o ingresso de 500 bahts cobrados aos turistas para os conhecer e tirar fotos das mulheres.

Das várias tribos nômades das montanhas salpicadas pelo norte da Tailândia, a Padaung é a única que cobra ingresso dos turistas. As outras se contentam em vender seu artesanato típico, embora, muitas vezes sejam bem insistentes. É o caso das artesãs Akha, algumas usando rebuscados chapéus adornados com sininhos, colares e contas. Elas moram em casas de madeira e sapé rodeadas de muito verde e penduradas nos morros. Uma das habitações, diz o guia Thanapon Yuennan, é destinada aos casais enamorados, que moram juntos por um período que pode variar de três semanas a um ano antes de resolverem se desejam realmente se casar.

Pedaço da China

Já os moradores da tribo Meo, vindos da China há cerca de 80 anos, não se abalam com a chegada dos visitantes. Apenas as crianças os rodeiam, se encantam com as imagens recém-tiradas das câmeras digitais e fazem poses engraçadas para as fotos. Uma curiosidade é que os muitos pequenos só usam uma camisetinha e ficam pelados do bumbum para baixo. E assim dá para ver nitidamente a mancha roxa, comum no traseiro dos bebês orientais.

Também vieram da China os representantes da tribo Mesalong Yao, adepta da poligamia. Os homens têm direito a quantas mulheres conseguirem sustentar, o que em geral pode significar de cinco a dez, dependendo da sua renda. Diz o guia Thanapon Yuennan que um deles, já morto, colecionou 25 mulheres e gerou 158 filhos.

Mais desenvolvida e com ruas asfaltadas, Mae Salong parece um pedacinho da China no meio da Tailândia. Envolvida com o tráfico e a produção de ópio, sua população foi considerada maldita por muito tempo pelos tailandeses em geral. A coisa começou a mudar nos anos 80 e hoje os habitantes de Mae Salong se dedicam mais ao chá e a outras ervas chinesas.

Tanto que os vendedores de uma das lojinhas locais servem a infusão para os visitantes em charmosas e diminutas xícaras. Tal degustação os convence de que vale a pena levar um pouquinho dessa típica lembrança para casa.

Para chegar às tribos, é mais fácil contratar um guia, já que, para chegar de carro até esses locais, no norte do país, o turista tem de saber ler as indecifráveis placas de trânsito escritas em tailandês --além disso, os habitantes das tribos não falarem inglês.

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