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17/03/2012 - 03h30

Antonio Prata imagina o que acontece depois do "felizes para sempre"

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GABRIELLA MANCINI
DE SÃO PAULO

Reprodução
Livro "Felizes Quase Sempre", de Antonio Prata e Laerte
Livro "Felizes Quase Sempre", de Antonio Prata e Laerte

Certa manhã, o escritor Antonio Prata recebeu uma visita inesperada. Meia dúzia de príncipes, sete anões, caçadores e cavalos surgiram em seu apartamento com um pedido fantástico: ajudá-los a não serem mais felizes para sempre.

Para isso, ele precisava inventar histórias que acontecessem depois do "fim" dos livros, quando tudo virava um tédio só.

Esse encontro (e as tais histórias inventadas por Prata) está no divertido livro "Felizes Quase Sempre" (ed. 34; R$ 28), ilustrado por Laerte, cartunista da Folha.

Em sua primeira obra para crianças, o autor mostra que uma vida perfeitinha, sem nenhum tropeção, pode ser bem chata.

O livro será lançado hoje (veja abaixo horário e endereço) e as crianças estão convidadas a comparecerem fantasiadas. Prata também aparecerá disfarçado. De quê? "Ah, isso é segredo", diz.

Confira a seguir trechos do bate-papo com o escritor, que é colunista da Folha.

*

FOLHINHA - Como surgiu a ideia deste livro?
ANTONIO PRATA - Quando era criança, imaginava o que acontecia depois do fim das histórias. Pra onde iam todos aqueles personagens? Esse foi o meu ponto de partida para escrever o livro.

E a parceria com o Laerte?
Foi uma sugestão da editora. Sempre fui fã do Laerte, então topei na hora.

Você aparece desenhado no livro, mas o Laerte te desenhou careca...
Veja bem, não é careca, é o estilo de corte de cabelo internacionalmente conhecido como batidinho dos lados e cheinho em cima, que adotei aos oito anos e ao qual sigo fiel.

É verdade que vocês vão fantasiados ao lançamento do livro?
Pois é. A assessora [de imprensa] da editora 34 me perguntou num bar, às duas da manhã, o que eu achava de ir fantasiado ao lançamento. Num bar, às duas da manhã, quase todas as ideias parecem geniais. Quando vi, dois dias depois, já tinha saído uma nota na "Ilustrada" dizendo que iríamos fantasiados. De modo que, bem, fantasiado irei.

De quê?
Ah, isso é segredo.

Quando se deu conta de que a felicidade poderia ser uma chatice?
Ah, acho que na primeira vez que me senti entediado. Tédio é isso, né? Um sofrimento que brota sem nenhuma causa real, sem nenhum problema concreto.

Você tem algum conto de fadas preferido?
Nunca gostei muito de contos de fadas. Só de pedaços: a carruagem que vira abóbora, os anões da Branca de Neve, que sempre achei engraçados. E as madrastas, por quem eu nutria uma paixão secreta.

Há outras histórias para crianças a caminho?
A caminho, exatamente, não, mas já tenho uma ideia anotada pra um outro livro infantil. É a história de duas árvores amigas, que crescem lado a lado na floresta, sonhando com o que virarão depois que forem derrubadas. É uma história meio politicamente incorreta, porque elas não acham que serem derrubadas e virarem tábuas seja um mau negócio. Elas esperam ansiosamente por esse dia, em que se transformarão em algum objeto e vão conhecer o mundo para além daquela mata. Mas elas sofrem pensando na separação e com os medos em relação ao futuro. Enfim, vou parar por aqui, pra não entregar a história inteira. Para adultos, estou terminando um livro com memórias da minha infância. Pretendo lançar no segundo semestre.

Ilustração de Laerte
Ilustração do livro "Felizes Quase Sempre"
Ilustração do livro "Felizes Quase Sempre"

*

Do que se queixam os personagens?

CAVALOS
Até eles se queixam da vida que têm após o fim das histórias. Mas, como ninguém sabe falar a língua dos cavalos, nunca saberemos do que reclamam.

CINDERELA
Prefere ver a carruagem virar abóbora a calçar mais uma vez o sapatinho de cristal. Já o príncipe acha que precisam de um vilão para devolver emoção às suas vidas.

CAÇADORES
Morrem de tédio porque há anos não tiram uma avó da barriga do lobo ou salvam uma donzela. Só bebem chá e jogam dominó.

BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES
Sentem vontade de arrancar os cabelos cada vez que precisam cantar "eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou".

ANOTE NA AGENDA
Lançamento do livro "Felizes Quase Sempre"
QUANDO: Hoje (dia 17), às 11h
ONDE: loja Amoreira (r. dos Macunis, 510; tel: 0/xx/11/3032-5346)
QUANTO: entrada grátis

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