Brasil é o 9º mais atrativo para estrangeiros de países do G20
Estudo indica locais em que profissionais gostariam de trabalhar
O Brasil ocupa a nona posição na lista de preferência dos profissionais das 20 maiores economias do mundo para uma possível carreira internacional. O país aparece à frente da Argentina, em décimo, e da China (12º).
Os dados fazem parte de uma pesquisa feita pela consultoria BCG (Boston Consulting Group) com 203,8 mil pessoas de 189 países -no Brasil, foram ouvidas 11,3 mil.
Na listagem geral de preferência, levando em conta todos os locais em que a pesquisa foi realizada, o Brasil não aparece entre os dez primeiros -está na faixa de países como a Argentina e a África do Sul, nos quais de 15% a 20% dos respondentes gostariam de trabalhar.
Entre 60% e 70% dos brasileiros gostariam de trabalhar no exterior, de acordo com a pesquisa. Christian Orglmeister, sócio do BCG, diz que esses dados colocam o Brasil em uma posição "não tão vantajosa". "Se você fosse fazer o saldo, a tendência seria mais de exportar profissionais do que de atrair estrangeiros", diz.
Ele aponta que a atratividade do Brasil já foi maior. "Nos anos de 2009 e 2010, o Brasil surfava em uma onda positiva e era muito procurado por estrangeiros. Em 2013 e 2014 essa atratividade foi bastante reduzida", afirma.
Dados do Ministério do Trabalho indicam que, no primeiro semestre deste ano, foram emitidas 21,1 mil autorizações de trabalho, uma queda de 28,3% em relação a 2013 -a redução se deu principalmente nas autorizações temporárias de até 90 dias, que tiveram queda de 61,3%.
Carla Rebelo, diretora-geral de operações da recrutadora Hays, diz que não necessariamente a atratividade do Brasil caiu, mas sim que a recuperação econômica de outros países faz com que a concorrência fique mais forte.
"Alguns países requerem mão de obra especializada e passam por uma recuperação da economia em boa velocidade, como Austrália, Japão e Alemanha", diz.
Marcelo Ferrari, diretor de negócios da consultoria Mercer, diz que o interesse das empresas por expatriados também caiu, devido ao baixo crescimento da economia. Mas aponta que setores como o da indústria naval e o de óleo e gás seguem demandando estrangeiros. (FELIPE MAIA)