Desalentados não entram em levantamentos
No Brasil, a medida mais comum para o índice de desemprego é a chamada taxa aberta, a divisão entre o número de desempregados e o tamanho da população economicamente ativa.
Mas só é considerado desempregado quem efetivamente buscou vaga no período em que os dados da pesquisa foram coletados. Quem desistiu de procurar não entra na conta.
Uma pesquisa feita na região metropolitana de São Paulo mensura as duas taxas, a aberta e a oculta.
A taxa sobe cerca de dois pontos percentuais se forem incluídos aqueles que deixaram de procurar. Em dezembro, o índice aberto foi de 8%, e o total, 9,9%.
A pesquisa é feita pela Fundação Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, diz que, caso haja uma piora nos índices de desemprego, os primeiros postos afetados serão os de funções que, nos últimos anos, tiveram grande aumento, como auxiliares e ajudantes.
É justamente onde trabalhavam as amigas Munik Vilela de Oliveira, 22, e Nicole Duarte, 22. As duas eram assistentes em lojas. Elas hoje procuram emprego como vendedoras e ambas dizem que já tiveram mais facilidade para achar uma vaga.
Elas reclamam que há ofertas com condições de trabalho que, na hora da entrevista, não são bem as que foram anunciadas. (FG)