Outro lado
Governo aposta no novo cadastro ambiental rural
Francisco Oliveira, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), concorda que a redução das taxas anuais chegou "a um patamar importante".
Oliveira dirige o Departamento de Políticas para o Combate ao Desmatamento do MMA. Sua ressalva ao estudo de Javier Godar é a falta de diferenciação entre grandes propriedades e grande polígonos de desmatamento.
Uma grande área desmatada pode resultar da ação de pequenos produtores no interior de um assentamento de reforma agrária. Por outro lado, grandes proprietários passaram a fazer derrubadas pequenas, menores que 25 hectares, para burlar o limite de detecção dos satélites usados pelo MMA.
Ele qualifica os resultados do estudo sobre o papel de pequenos e grandes proprietários como "inferências" que se baseiam apenas em modelagem por computador. "Só vamos saber de fato quando tivermos o CAR", afirma.
CAR é o cadastro ambiental rural, registro de passivos ambientais das propriedades previsto no Código Florestal.
O diretor do DPCD/MMA relaciona outras iniciativas do governo federal que devem ajudar a romper a barreira dos 4.000 km² anuais e a cumprir a meta brasileira.
A primeira é um convênio com a Índia para usar imagens de satélites quatro vezes mais acuradas (6 ha). Isso dificultaria a ação de quem desmata menos de 25 ha por vez.
A pasta informa também que o programa Terra Legal regularizou 7 milhões de hectares (70 mil km²) na Amazônia, e outros 7 milhões estariam a caminho. Ainda faltam 48 milhões de hectares. (ML)