GPS revela rota de corte ilegal de madeira
Investigação do Greenpeace rastreou caminhões em áreas de preservação no Pará
Uma operação de vigilância por GPS feita pela ONG Greenpeace em caminhões de madeira mostrou como a exploração ilegal está superando as tentativas de frear o desmatamento na Amazônia.
Os ativistas conseguiram colocar, secretamente, aparelhos de GPS em veículos suspeitos de transporte ilegal de madeira. A vigilância revelou viagens de 320 km em regiões de preservação para coletar troncos e retornar a serrarias no porto de Santarém, de onde a madeira é exportada para Europa, Estados Unidos, China e Japão. Imagens aéreas e de satélite também foram coletadas e analisadas durante a operação.
A Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente) do Pará afirmou em comunicado que o trabalho do Greenpeace mostra "a necessidade de melhorar mecanismos de controle e monitoramento para evitar a exploração ilegal".
A operação começou com dois meses de vigilância para identificar a rotina dos caminhoneiros. Em paralelo, imagens de satélite foram cruzadas com bases de dados de autorizações de exploração de madeira para identificar áreas com chance de abrigar derrubadas ilegais.
Nove aparelhos de GPS foram usados, gerando milhares de coordenadas. Os troncos vinham de regiões da floresta onde nenhuma autorização de corte havia sido concedida. Os ativistas acharam provas de que as árvores entregues às serrarias estavam sendo "lavadas" usando autorizações de corte referentes a outras áreas.
A secretaria de ambiente do Pará afirma que um sistema de chips de GPS será implantado para atestar a origem da madeira a partir do segundo semestre de 2015.
"Ou as empresas assumem responsabilidade pela madeira que compram, certificando-se de que ela é legal, ou param de comprar dessas regiões", afirmou Richard George, do Greenpeace.