Crítica Restaurante
Santinho abre 3ª unidade no Municipal com bufê bem tratado
É uma alegria para o centro da cidade, cuja beleza anda tão escondida, e a aparência, tão degradada, a chegada de um Santinho.
A terceira unidade do restaurante de Morena Leite, que fez fama com uma cozinha brasileira despretensiosa em seu Capim Santo, ocupa uma área do Theatro Municipal.
Um ar de antigamente envolve o ambiente, embelezado por vitrais enormes, mesas de espelho a refletir os afrescos das paredes.
E nesse clima de volta ao passado, faz-se uma refeição respeitável –antagônica à miséria da porta para a rua.
Entradas e pratos ficam expostos em um bufê (do qual serve-se à vontade por R$ 48 no almoço durante a semana) cuidadosamente reposto.
Não raro, funcionários estão a reformular o conteúdo das panelas de ferro sob o calor, para que a comida não resseque e não perca o viço.
As fatias de filé-mignon, por exemplo, são colocadas à mostra bem avermelhadas, para que, uma vez aquecidas, não percam suculência nem fiquem duras. Bingo.
A ala dos grãos é outro acerto: é comum encontrar variedades de feijões e arrozes e elementos como grão-de-bico ou lentilha.
Legumes grelhados também fazem bonito –são brilhantes, firmes e saborosos. E é boa a escolha de explorar receitas que aceitam bem o calor prolongado, como o barreado, a costela desfiada ou a carne-seca.
As pastas, no entanto, são ponto fraco: falta a potência do defumado ao babaganuche; o guacamole se perde na acidez exagerada do limão.
O serviço de vinhos também merece reforço: a única opção de tinto em taça chegou à mesa quente demais.
Sobremesas valem espaço cativo. Uma boa pedida é o macarron com baba de moça, sorvete de coco e sagu de tapioca (R$ 19), que deixa bem explícitas as influências francesa e brasileira que convivem na cozinha de Morena.
SANTINHO
ONDE Theatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, 1, térreo, República; tel. 11/3222-1683)
QUANDO de seg. a sex., das 12h às 15h e sáb., das 12h às 17h
AVALIAÇÃO bom