Médicos que faziam abortos já haviam sido presos antes
Quadrilha do Rio teria lucro de R$ 300 mil/mês
Entre os dez médicos denunciados pela Promotoria do Rio sob suspeita de integrar uma quadrilha de abortos ilegais, cinco já haviam sido presos pela mesma prática.
Como as penas para o crime são de 1 a 4 anos de prisão, eles conseguiram responder em liberdade ou até ser inocentados. O Conselho Regional de Medicina do Rio não informou se algum dos suspeitos já responde a processo disciplinar por este crime.
Na terça (14), 57 pessoas foram presas sob suspeita de envolvimento com o grupo. A Polícia Civil do Rio vai montar uma força-tarefa para prender 17 foragidos. Entre eles, há quatro médicos.
Uma das médicas presas, autuada em 2001, teria feito mais de 3.000 abortos desde 1962. Outro médico detido estaria na atividade desde 1972.
Segundo a polícia, no centro de abortos de Bonsucesso, zona norte do Rio, houve mais de 4.000 procedimentos entre outubro de 2013 e maio deste ano.
O lucro mensal da quadrilha era de até R$ 300 mil, de acordo com a polícia. "O médico chegava a se recusar a atender mais de dez gestantes por dia", afirma o delegado Felipe do Vale, um dos responsáveis pela investigação.
Os preços variavam de R$ 1 mil a R$ 7.500, dependendo da idade da gestante e do tempo de gravidez.