Crise da água
Com bônus, tarifa pode ter reajuste acima da inflação
Programa de descontos provocou prejuízo de R$ 1,3 bi nas contas da Sabesp
Além de estudar o aumento, previsto para o próximo mês, empresa deve tomar empréstimo no exterior
Com um rombo de RS 1,3 bilhão nas contas da Sabesp, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) estuda repassar esse prejuízo, causado pelo bônus por economia de água iniciado em março, ao consumidor.
Integrante do conselho da Sabesp, o ex-governador Alberto Goldman (PSDB) afirma que a ideia foi discutida com o secretário de Recursos Hídricos, Mauro Arce, que, segundo ele, admite a hipótese de aumentar a tarifa em 2% acima da inflação. O reajuste será no mês que vem.
Goldman relatou outra possibilidade após sair de uma reunião com Arce na terça (14) --a de obter empréstimo no exterior. "Deve ser uma operação casada: aumento e empréstimo."
Outra opção seria o governo assumir a conta. Mas não há previsão no Orçamento. "Não há um centavo para a Sabesp. Ela é uma empresa. Tem que arranjar os recursos", afirmou o secretário da Fazenda, Andrea Calabi.
Assessor especial do governador, o secretário José Carlos Meirelles reconhece que esse é um problema: "Alguma hora temos que pagar essa conta. Mas, neste momento, é evitar a falta de água".
Com o agravamento da crise, as ações da Sabesp na Bolsa fecharam nesta quinta (16) com um valor 18% menor do que um ano atrás --preço mais baixo em 12 meses. Elas oscilaram no período e passaram a cair em julho.
A Sabesp não se manifestou sobre o reajuste. Sobre a queda na Bolsa, disse que não iria "se pronunciar sobre as flutuações do mercado de ações".