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Bernardo Carvalho e Rubem Fonseca levam Prêmio Jabuti
Vencedores das 27 categorias foram anunciados; Lira Neto e Laurentino Gomes estão entre os agraciados
Primeiros colocados ganham R$ 3.500; em novembro saem os grandes vencedores de ficção e não ficção
O romance "Reprodução" (Companhia das Letras), de Bernardo Carvalho, os contos de "Amálgama" (Nova Fronteira), de Rubem Fonseca, e a biografia "Getúlio: 1930-1945" (Companhia das Letras), de Lira Neto, estão entre os vencedores da 56ª edição do Prêmio Jabuti.
Os ganhadores das 27 categorias da premiação foram definidos nesta quinta (16), após apuração dos votos dos jurados na Câmara Brasileira do Livro, em São Paulo.
Também foram agraciados os colunistas da Folha Michel Laub (segundo lugar, pelo romance "A Maçã Envenenada", Companhia das Letras) e Antonio Prata (terceiro, pelas crônicas de "Nu, de Botas", Companhia das Letras). Laerte, cartunista da Folha, ficou em segundo em ilustração, por "Storynhas" (Companhia Das Letras).
Um dos três jurados da categoria contos e crônicas fez votos considerados, pelo conselho curador, "uma tentativa de manipulação". Identificado como Jurado B (os nomes serão revelados na cerimônia de entrega, em novembro), ele deu a nota mínima, 8, aos cinco finalistas mais famosos da categoria.
Isso não impediu que quatro deles ficassem nos três primeiros lugares: "Amálgama", de Rubem Fonseca, "Você Verá" (Record), de Luiz Vilela, e, empatados em terceiro, "Nu, de Botas", de Antonio Prata, e "Um Solitário à Espreita" (Companhia das Letras), de Milton Hatoum.
Com isso, ficou comprovada a eliminação do "fator Jurado C". Em 2012, o crítico literário Rodrigo Gurgel, o Jurado C, eliminou sozinho vários finalistas de romance ao lhes dar nota zero. Desde então, a nota mínima permitida para cada jurado é 8 --que pode reduzir a chance de um finalista, mas não eliminá-lo.
SEM VOTOS
Outro problema foi que, embora os jurados sejam orientados a votar em todos os finalistas de suas categorias, houve casos em que alguns finalistas ficaram sem votos de um jurado.
O contrato com os jurados estipula que, em casos de abstenções de notas para algum finalista, todas as notas do jurado são eliminadas. O conselho curador desconsiderou a regra por não constar do regulamento do prêmio. Os finalistas sem alguma das notas receberam, no lugar, a nota mínima, 8.
Isso fez, por exemplo, com que o livro "Maquiagem" (Luste), com arte de Marcos Costa, Luciana Molisani e Paschoal Rodriquez, ficasse em quarto lugar, apenas 0,16 pontos atrás do terceiro.
PESO DA DECISÃO
"Há problemas dos quais a gente não escapa, mas temos que arcar com o peso das decisões da comissão", disse Marisa Lajolo, curadora do prêmio. O conselho curador foi composto por Antonio Carlos Sartini, Frederico Barbosa, Luís Carlos de Menezes e Márcia Lígia Guidin.
O primeiro lugar em cada categoria receberá R$ 3.500. O segundo e o terceiro ganham só as estatuetas.
Em 18 de novembro, serão conhecidos os vencedores do livro do ano de ficção e de não ficção, aos quais competem os primeiros lugares em algumas das 27 categorias. Os dois receberão mais R$ 35 mil cada.