Crise da água
TCU aponta 'inércia' de órgão federal contra crise
Ministro pediu apuração sobre ações da ANA para evitar a falta de água
Auditoria aprovada nesta quarta (22) vai investigar ainda atuação do Ministério do Meio Ambiente
Alegando uma "possível inércia" da ANA (Agência Nacional de Águas) para tomar providências relativas à crise hídrica que acomete Estados do Sudeste, o TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou nesta quarta (22) uma auditoria no governo federal.
A auditoria não tem prazo para ficar pronta, mas será feita com "urgência".
O trabalho será focado na agência e no Ministério do Meio Ambiente, que por lei também tem a função de trabalhar em ações que evitem a falta de recursos hídricos para o uso da população.
A auditoria foi pedida pelo ministro-substituto André Luiz de Carvalho, que determinou aos técnicos do órgão apurar "as medidas preventivas e os planos de contingência que foram ou que já deveriam ter sido adotados para evitar ou mesmo para reduzir os efeitos da atual crise hídrica que assola o país".
Em seu despacho, o ministro afirma que a lei "fixa a competência da União, como ator principal, para a solução dessa crise hídrica, notadamente, as competências do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e da Agência Nacional de Águas (ANA)".
A reportagem tentou contato com a assessoria da ANA na noite desta quarta, mas não obteve resposta.
A discussão sobre a responsabilidade sobre os problemas de abastecimento na região, sobretudo em São Paulo, foi levada para as eleições presidenciais pela candidata Dilma Rousseff (PT).
No domingo (19), ela disse que "alertas foram feitos nos últimos dez anos, mas os governos tucanos de São Paulo não tomaram as providências". Em resposta, Aécio Neves, candidato do PSDB, afirmou que a União não contribuiu para resolver a questão.
Nesta quarta, o sistema Cantareira, o principal responsável pelo abastecimento na Grande São Paulo, operava com 3,2% da capacidade --o pior nível da história.