UPP no Rio é incendiada após tiroteio de 2 h
Ataque à sede da polícia pacificadora no Complexo de Lins, na zona norte, deixou quatro feridos e um carro da PM depredado
Segundo a corporação, atentado é reação de traficantes contra a ocupação, implantada em dezembro de 2013
Depois de um tiroteio de duas horas com PMs, bandidos incendiaram a sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Complexo do Lins, zona norte do Rio, na noite desta quarta-feira (22).
Ao menos quatro pessoas ficaram feridas. De acordo com a polícia, o ataque foi uma reação de traficantes de drogas contra a ocupação da polícia no conjunto de favelas. A unidade foi implantada há menos de um ano, em dezembro de 2013.
A corporação afirma que os bandidos também quebraram os vidros de um carro da PM com pedras e paus.
No confronto, um sargento da UPP foi baleado na perna e outro policial foi atingido na cabeça por uma garrafa.
Os dois foram foram socorridos e receberam alta nesta quinta-feira (23).
Dois moradores da favela também ficaram feridos. Um jovem de 17 anos foi baleado na perna --ele passou por uma cirurgia noite de quarta-feira no Hospital do Andaraí, também na zona norte.
Já Marlon Ramos de Oliveira, 22, foi baleado no abdômen, passou por cirurgia e segue estável na Unidade Pós-Cirúrgica (UPC) do Hospital Salgado Filho, no Méier, na mesma região.
TROCA DE TIROS
O tiroteio começou por volta das 21h de quarta-feira e se estendeu por pelo menos duas horas.
O barulho assustou até motoristas e moradores de bairros vizinhos, como o Méier. Por volta de meia-noite, criminosos colocaram fogo no contêiner onde fica a sede da UPP e fugiram.
Somente um adolescente de 16 anos foi conduzido para a delegacia do Engenho Novo. Ele foi liberado após não ter sido reconhecido pelas vítimas.
A investigação do caso será conduzida pela 26ª DP (Todos os Santos), responsável pela maior parte do complexo de favelas do Lins.
A PM reforçou o policiamento na área com equipes de outras UPPs, do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e do Choque.
Desde março deste ano, os tiroteios têm sido frequentes na região do Lins. A PM chegou a fazer uma "operação de varredura" no complexo de favelas, no começo deste mês, mas nenhum criminoso foi detido na ação.