O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Mulher acusa avô de acobertar morte de Isabella Nardoni
Segundo testemunha, Antônio Nardoni aconselhou filho e nora a simular acidente para esconder crime
Funcionária do sistema prisional disse ao Ministério Público que ouviu relato de Anna Jatobá em Tremembé
Em depoimento ao Ministério Público, na última terça-feira (2), uma funcionária do sistema prisional paulista acusou o advogado Antônio Nardoni de ter sugerido a simulação de um acidente para acobertar a morte de Isabella Nardoni, em 2008.
Ele é pai de Alexandre Nardoni e sogro de Anna Carolina Jatobá, respectivamente pai e madrasta da menina.
O casal foi condenado pela morte de Isabella, então com 5 anos. Alexandre a 31 anos de prisão. Anna Jatobá, a 26 anos. A acusação foi revelada neste domingo (7) pelo "Fantástico".
Ao programa, a testemunha disse que Anna Jatobá lhe contou, na penitenciária de Tremembé, logo após ser presa, que o sogro orientou o casal a simular um acidente.
De acordo com ela, Anna Jatobá contou que bateu com violência na menina, dentro do carro do casal após voltar de um supermercado.
O casal achou que Isabella estava morta e, em uma ligação telefônica ao sogro, Antônio Nardoni teria dito que eles seriam presos se o crime fosse descoberto, disse a testemunha.
Anna Jatobá revelou que o sogro orientou o casal a jogar a menina pela janela do prédio para encobrir a suposta morte violenta.
Isabella foi jogada ainda com vida do sexto andar do prédio onde o casal morava com outros dois filhos, na zona norte de São Paulo.
O casal só teria descoberto que ela estava viva após ela ter sido jogada por Alexandre. Anna Jatobá não teria denunciado até hoje o sogro porque ele mantém economicamente seus dois filhos e lhe proporciona "regalias" dentro da cadeia, como um colchão especial, diferente do usado pelas outras detentas.
Apesar de ter tomado conhecimento em 2008 da suposta participação de Antônio Nardoni no crime, a testemunha diz que não sabia como denunciar.
Francisco Cembranelli, que foi promotor do caso e hoje é procurador, disse considerar a testemunha convincente. Ao "Fantástico", o advogado Antônio Nardoni afirmou que jamais falou para Anna Jatobá simular um acidente e que lamenta a postura dessa testemunha.
Segundo ele, a ajuda à nora na cadeia é um pedido do filho. Ele diz acreditar na inocência do casal.