Viações criticam critérios usados pelos auditores
O SPUrbanuss, sindicato das concessionárias de ônibus de São Paulo, disse não ter tido acesso aos novos dados revelados pela Ernst & Young. Mas criticou os critérios usados pelos auditores para estimar os ganhos das viações.
O relatório apresentado nesta quinta-feira (11) comparou os custos apresentados pelas empresas com os valores praticados no mercado e apontou que as viações podem ter tido uma economia de 7,4%.
Para o SPUrbanuss, porém, "tomando como base os resultados da auditoria já divulgados, o trabalho desenvolvido mostrou que, até agora, foram tiradas conclusões precipitadas, com análises eivadas de vícios e defeitos".
A entidade cita, como exemplo, "uma série de cálculos matemáticos que demonstram, na avaliação dos auditores, que as empresas não realizaram, em média, 10% das viagens programadas, auferindo um ganho indevido".
Segundo as viações, porém, a própria SPTrans, empresa municipal que gerencia o transporte, reconhece que 100% da frota disponível é utilizada para atender os passageiros.
"Se as empresas colocam em operação a totalidade da frota programada, as partidas não realizadas decorrem das condições de circulação [como o trânsito]", afirma a entidade.
FARDOS
Segundo as empresas, os quase 9.000 ônibus das concessionárias percorrem 45 milhões de km por mês "rodando por vias onde não há tratamento preferencial para os ônibus, com interrupções de vias por obras, acidentes, manifestações, semáforos embandeirados, congestionamentos de automóveis particulares, inundações e toda uma série de fatores que fogem da responsabilidade das empresas".
O SPUrbanuss diz que, "exceto pela quebra de veículos, os demais motivos que impedem o total cumprimento das partidas são fardos que as empresas carregam, já que são autuadas pela SPTrans, sem culpa". O sindicato não se posicionou sobre a intenção da prefeitura de rever a taxa de lucro das empresas na próxima licitação.
O Sindilotação, que reúne os perueiros das cooperativas, não foi localizado para comentar a recomendação da auditoria de acabar com o modelo atual.