Albertina Pires do Rio Porto (1922-2014)
Adorava remexer as fotografias da família
Visitar Albertina Pires do Rio Porto significava gastar um bom tempinho olhando as fotografias da família.
A matriarca adorava mexer nas caixas em que guardava os retratos dos descendentes, ainda mais quando a casa estava cheia --o que também lhe agradava.
Apesar de ser uma mulher moderna (navegou na internet até os 86 anos), queixava-se das câmeras digitais. Dizia que, por causa delas, ninguém mais imprimia fotos, ia tudo parar no computador.
Albertina dedicou uma parte da vida à educação. Começou dando aulas em sítios e fazendas na terra natal, Araçatuba (SP), até se casar com Nelson, em 1943, e mudar para a paulista Pirajuí.
Treze anos depois chegaram a São Paulo, onde voltou a lecionar, mas não se aposentou como professora.
Praticamente obrigou as três filhas a cursarem o normal, pois via a profissão como uma garantia de futuro independente, caso necessário.
Em casa, quando não estava de olho nas crianças, passava o tempo entre linhas, agulhas e panelas.
Era uma cozinheira de mão-cheia, conta a família, que adorava um prato batizado por Albertina de "macarrão de massinha" --uma espécie de torta com massa e frango que ia ao forno.
E, quando se tratava de trabalhos manuais, sabia fazer de tudo. Bordou e fez tricô e crochê até bem velhinha.
Há quase seis anos foi diagnosticada com o mal de Alzheimer. Morreu na quarta (17), aos 92, de complicações da doença. Viúva desde 1992, deixa os quatro filhos, dez netos e sete bisnetos.