Francisco Manoel de Mello Franco (1933-2015)
Engenheiro, ajudou a 'construir' um dicionário
Mineiro radicado no Rio, membro de tradicional família de homens públicos, Francisco Manoel de Mello Franco dizia que seu interesse pelo patrimônio histórico nacional vinha desde a juventude, algo que se tornou evidente não apenas em sua longa trajetória no serviço público, mas, de certa forma, na obra que ajudou a executar depois de sua aposentadoria: o dicionário "Houaiss".
O convite para a empreitada do livro veio do próprio Antônio Houaiss (1915-1999), com quem trabalhara no Ministério da Cultura --o filólogo, então ministro, o nomeou para presidir o Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural, atual Iphan, em 1993.
Já fora do governo, criaram em 1997 o Instituto Antônio Houaiss, ao lado de Mauro de Salles Villar. Depois da morte do filólogo, seus dois sócios dividiram a administração e completaram o dicionário, publicando-o em 2001.
Foi a derradeira obra de Francisco, um homem que misturava "a personalidade de um engenheiro" --civil, formado pela PUC Rio em 1956-- com "um otimismo absolutamente imbatível".
Era também "um grande contador de histórias", característica que usou em livros como "Crônica de um Cozinheiro Assinalado" (ed. Salamandra, 1994), uma das sete obras que publicou.
Mais do que de letras, era um homem de ideias e projetos, com particular interesse em planejamento urbano e uma trajetória profissional iniciada na Petrobras.
Casado, pai de cinco filhos, morreu no dia 4, aos 82 anos, de problemas cardíacos. Sua missa do sétimo dia será realizada nesta terça-feira (13), às 18h, na PUC Rio.
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