Nível do principal reservatório do Rio chega perto de zero
O nível do reservatório de Paraibuna, o principal do sistema que abastece o Estado do Rio, está próximo de chegar ao volume morto e especialistas já defendem um plano para evitar um racionamento.
Nesta quinta (15), tinha 0,3% de sua capacidade.
O reservatório, que faz parte de hidrelétrica da Cesp (companhia energética de SP), fica no Vale do Paraíba e é o coração do sistema que abastece o Rio.
Integra o grupo de quatro reservatórios, todos eles em níveis baixos, do rio Paraíba do Sul, mas num ponto diferente de onde haverá a transposição para o Cantareira.
A água do Paraíba do Sul chega ao rio Guandu, principal manancial da região metropolitana do Rio.
Jorge Briard, presidente da Cedae, a empresa de água do Rio, nega que haja a necessidade de racionamento agora. A companhia já trabalha com uma tarifa diferenciada para quem consome menos e iniciou uma campanha para uso consciente da água.
Ele disse, contudo, que se houver "período ainda mais longo de estiagem, é provável que o volume morto precise ser usado", mas ressaltou que isso depende de autorização da Agência Nacional de Águas, já que o rio é federal.
Cinco especialistas ouvidos pela Folha defendem a adoção de medidas semelhantes às tomadas por São Paulo, como a que premia quem consome menos e penaliza, por meio de aumento na conta, quem consome mais.
O Paraibuna tem um volume morto de 425 bilhões de litros, suficiente, segundo especialistas, para manter o abastecimento do Estado por mais seis meses.
O consultor Celso Ávila diz que usá-lo seria adiar um problema, já que o reservatório demoraria ainda mais para se recuperar.
Para Gunther Danquilaia, do comitê do Médio Paraíba, se a situação de chuvas não melhorar e o consumo não cair, o racionamento terá de ser adotado em junho.