PF acha na Itália garota sequestrada em MT
Levada da casa da família adotiva, Ida Verônica Feliz, hoje com 10 anos, foi localizada em Cassola com os pais biológicos
Casal perdeu guarda após condenação por tráfico; aos 3 meses, menina foi abandonada em hotel de Cuiabá
Após quase dois anos de buscas, a Polícia Federal localizou, na Itália, uma menina que havia sido sequestrada da casa dos pais adotivos em Cuiabá. A operação teve a ajuda da polícia italiana.
Desaparecida desde abril de 2013, Ida Verônica Feliz, hoje com dez anos, foi localizada na cidade de Cassola, região de Vicenza.
Ela estava com os pais biológicos, a dominicana Élida Isabel Feliz, 37, e o italiano Pablo Milano Escarfulleri, 46, os principais suspeitos de terem planejado o sequestro.
O casal, condenado no Brasil por tráfico de drogas, havia perdido a guarda da criança.
Nascida na República Dominicana, a garota morava com a família de Daniele Siqueira desde os três meses de vida. Daniele a encontrou abandonada no hotel em que trabalhava como camareira, em Cuiabá, e a levou para casa. Sua família conseguiu, depois, a guarda na Justiça.
"Nunca havíamos perdido a esperança de que ela fosse localizada. Vamos fazer de tudo agora para tê-la conosco novamente, para que ela volte ao lar que é dela", afirmou Tarsila Gonçalina de Siqueira, 58, mãe adotiva de Ida.
Cabe à Justiça italiana decidir o futuro de Ida, diz a PF.
Em 26 de abril de 2013, Ida, então há quase oito anos morando com a família adotiva, foi levada à força por um homem armado. Apenas Daniele e a garota estavam na casa.
A família afirma que, dias depois, recebeu mensagens dos sequestradores, que ameaçavam matá-la caso a polícia investigasse o sequestro. Ainda segundo a família, Élida, a mãe biológica, também mandou mensagens, dizendo que a criança já estava na Itália.
Élida e Escarfulleri perderam a guarda de Ida e de outro filho, Pietro, após condenação por tráfico, em 2007.
Em 2010, após Élida cumprir a pena, Pietro, na época com quatro anos, foi levado do abrigo público onde vivia, em Tubarão (SC). A suspeita é que o casal esteja por trás do sumiço do menino.
O italiano havia sido expulso do país em 2009, mas a polícia suspeita que ele possa ter vivido no Brasil por mais tempo, de forma ilegal.
O nome de Ida constava na Difusão Amarela da Interpol, o registro usado em todo o mundo para desaparecidos.