Em 9 dias, Rio tem 16 vítimas de bala perdida
Quatro morreram; jovem foi baleada em confronto entre bandidos e PMs
Secretário de Segurança afirma que episódios foram provocados por criminosos com 'idolatria por armas'
Uma jovem de 21 anos morreu, na noite deste domingo (25), vítima de bala perdida no Rio. Ela foi atingida durante confronto entre criminosos e policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, em São Conrado (zona sul).
Com isso, sobe para pelo menos 16 o número de vítimas de balas perdidas na região metropolitana do Rio em nove dias. Quatro morreram.
Segundo a coordenadoria das UPPs, a vítima que morreu no domingo na Rocinha --Adriene do Nascimento-- chegou a ser socorrida no Hospital Municipal Miguel Couto, mas não resistiu.
Em nota, a PM afirmou que policiais faziam ronda de rotina quando foram surpreendidos a tiros por criminosos.
Na mesma noite, três pessoas foram vítimas de balas perdidas em um confronto entre criminosos em Mesquita, Baixada Fluminense.
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse que os episódios foram provocados por uma "nação de criminosos" que se criou no Rio "com irresponsabilidade pela vida humana e idolatria por armas".
"A polícia tem, sim, seus problemas, mas é muito importante o questionamento da sociedade porque essas balas perdidas foram, em sua maioria, provocadas por traficantes e não em confrontos com policiais, com exceção do caso da Rocinha", disse.
Testemunhas disseram à polícia que criminosos de quadrilhas rivais trocavam tiros no morro do Chapadão, em Costa Barros, na zona norte, quando uma menina de 12 anos foi baleada, na madrugada desta segunda.
No sábado (24), outro adolescente, de 14 anos, foi baleado no braço quando brincava no playground de um condomínio em Niterói, na região metropolitana.
Parentes disseram que, inicialmente, o garoto achou que tivesse sido atingido por um raio. A família só descobriu que ele havia sido baleado após uma radiografia.
Ex-comandante da Polícia Militar do Rio, Ubiratan Angelo, da ONG Viva Rio, diz que o aumento dos confrontos acontece desde 2014.
"Cresceu o número de tiroteios pela disputa de território de criminosos de facções rivais e isso aumenta a possibilidade de pessoas atingidas por balas perdidas", afirma.