'Vereadores do PSDB metem os pés pelas mãos', diz Haddad
Para ele, projeto de multa por desperdício difere de sugestão do Estado; PT tenta politizar questão, afirma tucano
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), acusou a bancada do PSDB na Câmara Municipal de ter metido "os pés pelas mãos" na discussão sobre a adoção de multa de R$ 1.000 para quem desperdiçar água.
Segundo o petista, o projeto de lei que propõe a punição, em tramitação no Poder Legislativo, está em descompasso com proposta sugerida pelo governo estadual, administrado também pelo PSDB.
O texto do projeto é de autoria de vereadores de diferentes siglas, mas somente entrou em pauta de votação depois de pedido do governo do Estado para que as prefeituras da Grande São Paulo colaborassem na caça aos "gastões" de água.
"Os vereadores do PSDB estão metendo os pés pelas mãos. Não aguardaram a gente mandar a lei e quiseram aprovar. Aprovaram uma lei pior do que a que foi encomendada, que não adverte e não cria ação pedagógica."
Com receio de que a crise hídrica afete a imagem do prefeito um ano antes da disputa à reeleição, a bancada do PT recuou do apoio à proposta, conforme a Folha mostrou nesta sexta-feira (27).
Haddad negou que a decisão da bancada petista tenha motivação eleitoral e defendeu que o projeto preveja aplicação de notificação e de advertência antes da multa.
O recuo foi criticado pelo líder do PSDB na Câmara Municipal, Andrea Matarazzo. Segundo ele, o PT "subestima a inteligência da sociedade".
"Eles tentam politizar a questão", ressaltou o tucano.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), evitou falar sobre o assunto.
Em nota, o presidente da Câmara, Antonio Donato (PT), afirmou que a segunda audiência pública para discutir o projeto será realizada na semana que vem e defendeu que a proposta não sofreu atraso em sua tramitação.