Cheia histórica atinge mais de 70 mil pessoas em Rio Branco
Aulas foram suspensas e cerca de 6.000 moradores estão em abrigos da prefeitura; Defesa Civil prevê que rio Acre continue subindo
Mais de 70 mil pessoas, em 40 bairros de Rio Branco, no Acre, já foram atingidas pela cheia do rio Acre, considerada a maior da história --e ao menos 6.000 tiveram de ser transferidas para cinco abrigos da prefeitura.
Na tarde desta segunda (2), o rio chegou a 17,88 metros, e, pela previsão da Defesa Civil, deve continuar subindo.
Por causa da cheia, o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT), decretou estado de calamidade pública.
As duas pontes centrais, que ligam os principais distritos da cidade, estão interditadas. As aulas nas escolas públicas foram suspensas; nas repartições públicas não há expediente. A situação deve continuar nos próximos dias.
Como medida emergencial, o governo federal enviou à capital acriana cerca de 17 mil kits humanitários, com colchões, medicamentos e material de limpeza, que servirão ainda para moradores das cidades de Brasiléia e Xapuri, igualmente devastadas pela cheia do rio.
'AQUI É ACRE'
Em meio ao drama das famílias, postagens em redes sociais responsabilizavam pela cheia um adolescente que ficou conhecido na internet por um vídeo em que provocava os paulistas que sofrem com a falta de água e no qual dizia "Aqui é Acre".
"Estão brincando dizendo que eu deixei a torneira aberta lá de casa, mas eu já fechei a torneira faz tempo", disse Raimo de Matos, 13, que mora no bairro Mocinha Magalhães, longe da área alagada.