Contra dengue, escolas pedem repelentes
Crianças de 6 meses a 2 anos devem receber somente uma aplicação do produto por dia, segundo especialista
SP já registrou 32 mortes pela doença neste ano; no interior, a situação é a mais crítica ao menos desde 2010
Com a recente explosão dos casos de dengue em São Paulo, escolas têm pedido aos pais para incluírem um item extra na mochila das crianças: o repelente.
Um exemplo é a escola Kid's Home, na Granja Viana, em Cotia (Grande SP). Lá, a aplicação é feita logo que as crianças chegam e pouco tempo depois do almoço.
A analista Mariana Ramalho, 25, manda todos os dias o produto para a filha Georgia, de 2 anos. "Mesmo no calor, tenho mandado ela de calça. Aplicamos o repelente umas seis vezes por dia."
Em outros colégios, como o UP School, no Alto da Lapa (zona oeste), o produto já faz parte da rotina das crianças desde o ano passado.
A diretora pedagógica Patrícia Lozano diz que o produto é aplicado duas vezes por dia nos alunos que ficam em período integral na escola.
O pediatra Thiago Gara, do Hospital São Luiz, diz que, antes de aplicar o repelente, é importante fazer o teste em uma parte do antebraço da criança para ver se ela não tem alergia ao produto.
Segundo a médica Denise Steiner, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, repelentes são vetados para bebês de até seis meses. Entre essa idade e dois anos, o ideal é apenas uma aplicação diária.
A partir dos dois anos, o produto deve ser passado no máximo duas vezes por dia.
MORTES
Nesta quinta-feira (5), foram confirmadas cinco mortes por dengue em Sorocaba (a 99 km de SP). Com isso, o número de vítimas fatais da doença no Estado chegou a 32 neste ano.
Levantamento feito pela Folha mostra que a situação é a mais crítica ao menos desde 2010. Em 50 dos 645 municípios paulistas, a reportagem mapeou 44.140 infectados.