Greve de professores é política, diz Alckmin
Governador afirma que decisão foi tomada na manifestação de 13 de março; sindicato nega
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a greve dos professores da rede estadual foi decidida "de maneira intempestiva e dentro de um movimento político, no dia 13 de março, para fazer contraponto com a manifestação do dia 15".
A declaração dada nesta quarta-feira (25), em Campinas (a 93 km de São Paulo), faz referência à manifestação que teve a participação de movimentos sociais e centrais sindicais e defendeu, entre outros pontos, o governo Dilma Rousseff, no dia 13.
No dia 15, um ato na avenida Paulista protestou contra a gestão da petista.
A greve iniciada na semana passada é para reivindicar, entre outras coisas, reajuste de 75% nos salários. O salário-base da categoria é de R$ 2.416 --na jornada de 40 horas para professores do ensino médio.
"Ele [governador] é que está fazendo essa relação política. Para ele, democracia só foi no dia 15. O dia 13 é como se não existisse. Nosso movimento foi decidido em janeiro na porta da Secretaria da Educação", afirmou Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp (sindicato dos professores do Estado).
Alckmin afirmou que não é adequado fazer uma greve oito meses depois do último reajuste. O tucano disse ainda que a categoria teve reajuste de 45% nos últimos quatro anos, ante 25% de inflação no período.
A Apeoesp afirma que a data-base de negociação é 1º de março. A presidente da entidade disse que o reajuste no período citado por Alckmin foi de 27%, e não 45%.
Segundo ela, o governador somou gratificações que já vinham sendo dadas e foram incorporadas aos salários. "Não teve dinheiro novo", afirmou Maria Izabel.
Na saída do evento em Campinas, o governador enfrentou um protesto de professores. O tucano saiu sem falar com os manifestantes.