Comida em cima da hora
Cerveja feita com milho é aceitável, diz especialista
Bate-papo abordou modos de preparação
"O que caracteriza uma cerveja artesanal? Um amigo diz que é aquela em que o mestre-cervejeiro define a receita, e não o departamento de marketing", disse o beer sommelier e sócio do bar Aconchego Carioca Eduardo Passarelli, durante bate-papo sobre a arte da cerveja promovido neste sábado (28) pela Folha em parceria com a rádio CBN.
A conversa, da qual participaram ainda a mestre-cervejeira Cilene Saorin e o doutor em bioquímica Rodrigo Louro, da escola de cervejas caseiras Sinnatrah, foi mediada por Luiza Fecarotta, editora dos cadernos "Comida" e "Turismo", da Folha, e por Thiago Barbosa, apresentador do CBN SP.
Segundo Passarelli, a cerveja artesanal não necessariamente é produzida em pouca escala. "Mas as pequenas cervejarias conseguem explorar mais estilos, porque produzem levas menores."
A diferença da artesanal para a popular, disse Louro, é a busca por qualidade em todos os ingredientes. Mas isso não significa que todas as cervejas feitas dessa forma sejam melhores que as produzidas por grandes indústrias.
"Não existem cervejas piores ou melhores quando considerados diferentes estilos bem-feitos. Há cervejas populares muito boas e outras artesanais que ainda não acertaram", completou Saorin.
Para ela, o milho e o arroz são aceitáveis na cerveja --na qual se destaca a cevada. "É pouco cuidadoso negligenciar essas matérias-primas. Elas têm valor." Louro ponderou: "O milho tem a proposta de aliviar o corpo e o sabor, mas a indústria, às vezes, o usa para baratear a produção."