Parceria em SP com Haddad não acelerou entrega
A parceria entre o governo da presidente Dilma Rousseff e a gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), para a construção de creches e pré-escolas não acelerou a entrega de unidades.
De acordo com dados do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), atualizados até outubro passado, todos os 78 contratos para obras na capital paulista estavam em estágio inicial, na chamada "ação preparatória". Essa etapa é anterior à própria licitação do projeto para a construção da unidade.
Procurada, a Secretaria Municipal de Educação forneceu outros números.
Segundo a pasta, estão previstas, ao todo, 172 creches em parceria com o MEC, ao custo de R$ 1,3 milhão cada. Dessas, "83 estão em andamento, 20 estão em obras, 26 em licitação, 31 em projetos e 6 em análise de área", afirmou, em nota, a secretaria.
Questionada, a assessoria de imprensa não informou o motivo para a baixa execução ou a razão da discrepância nos dados.
DISPUTA ELEITORAL
Em 2012, o tema foi alvo de críticas de Haddad, na época pré-candidato à prefeitura, ao então prefeito Gilberto Kassab (PSD). Já naquele ano, nenhum recurso havia saído do MEC para o município.
"O dinheiro está disponível, é o poder local que não quer. A recusa não faz sentido", disse Haddad em abril daquele ano.
O MEC argumentou na ocasião que nenhum projeto foi apresentado pela prefeitura no período devido. Segundo dados de dezembro de 2014, o município possui um total de 430.498 matrículas na educação infantil (creches e pré-escolas). Ainda há uma demanda adicional por 99.816 vagas.
ESTADOS
No Estado de São Paulo, apenas 86 das 595 creches contratadas desde 2011 foram concluídas até o ano passado. Distrito Federal e Santa Catarina aparecem com os melhores percentuais.
No extremo oposto da lista, os Estados de Roraima e do Rio de Janeiro são os mais atrasados.
Questionado sobre o motivo para os atrasos, o Ministério da Educação informou que "o ritmo de execução das obras é uma responsabilidade de cada entidade".