Para professora, era um dos melhores da classe
"Além de ter notas boas, ele era muito dado às pessoas. Ele não era mais um, era diferente", afirmou nesta segunda (6) Bianca Dantas Rodrigues, professora da escola onde estudava Eduardo de Jesus Ferreira, 10, morto no Complexo do Alemão.
No primeiro dia de aula após a morte do garoto, que estava no 5º ano do ensino fundamental do Ciep Maestro Francisco Mignone (em Olaria, zona norte), a professora organizou os alunos para fazerem cartazes e desenhos com mensagens ao colega.
Segundo Bianca, Eduardo era um dos melhores da turma na escola municipal que funciona em tempo integral. "Os melhores alunos são escolhidos para ter aulas de música, e ele era um deles. Tocava flauta", afirmou.
A professora foi uma das primeiras pessoas a saber da morte de Eduardo, ao receber um telefonema da própria mãe do garoto, Terezinha Maria de Jesus. "Foi muito ruim ouvir a mãe dele gritando no telefone desesperada. Ela falava: 'levaram meu menino'. Não aguentei e comecei a chorar desesperada."
Antes do início das aulas, os alunos da unidade de ensino, alguns pais e todos os professores e funcionários prestaram uma homenagem ao garoto. Depois do hino nacional e de uma oração, os presentes fizeram um minuto de silêncio. Colegas da turma de Eduardo choraram.
Eles colocaram a carteira onde sentava Eduardo num canto da sala. Nela, estavam uma mochila usada pelo garoto, uma foto dele com a mãe e um Papai Noel, além de uma caixa onde os colegas depositavam mensagens de saudades. Na lousa, mensagens lamentando a morte.
Os funcionários da escola estavam vestidos de preto. "As crianças estão muito abaladas. O clima não está nada bom", afirmou Rita Nogueira, funcionária do Ciep.