Professores em greve hostilizam Alckmin
Há um mês parados, docentes de SP xingaram o governador e cercaram carros de comitiva antes de evento na capital
Presidente de sindicato diz que essas ações serão repetidas em agendas públicas do tucano pelo Estado
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) foi hostilizado por cerca de 200 professores grevistas nesta segunda (13), em evento que marcou o início das obras da linha 6-laranja do Metrô, na zona norte de SP.
Essa foi a primeira agenda pública do tucano após a morte do filho, em acidente de helicóptero, há 12 dias.
Ao chegar ao local do evento, o carro do governador foi cercado pelos grevistas, em meio a gritos de protesto, faixas e xingamentos. Alckmin precisou da ajuda de PMs e seguranças para cruzar o portão da entrada do evento --um futuro canteiro de obras.
Os professores da rede estadual estão em greve há um mês. Entre outros pontos, cobram um reajuste salarial de 75,33% e o fim do fechamento de salas de aula.
A presidente da Apeoesp (sindicato dos professores estaduais), Maria Izabel Noronha, disse que esse tipo de protesto se repetirá nos próximos eventos no Estado.
"Vamos atrás dele [Alckmin] em todas [as agendas]. Isso é justo e foi definido em assembleia. As salas de aula estão superlotadas, e ele sabe, mas não abre para negociação com a gente", afirmou.
O sindicato diz que esse pedido de reajuste salarial visa equiparar às demais categorias com nível superior do Estado --o piso dos professores é de R$ 2.415,89.
Em entrevista, o governador lembrou que o último reajuste da categoria ocorreu há menos de um ano, em agosto.
Durante o evento, dois membros do sindicato conseguiram furar o bloqueio e entregaram a pauta de reivindicações ao governador.
A paralisação, segundo o sindicato, tem a adesão de 75% dos professores, enquanto o governo afirma que 91% deles seguem trabalhando.
Alckmin disse que em 2013 um concurso público foi aberto para contratar 66 mil professores. "Já estão trabalhando 28 mil dos 59 mil do ensino médio e segundo ciclo. A greve é mais dos temporários, quase não existe do professor efetivo", afirmou o tucano.
Segundo ele, outros 38 mil profissionais vão começar a trabalhar até o meio do ano.
O governador, que chegou ao evento sob protestos, saiu dando tchau para os fotógrafos. Os manifestantes, que já tinham deixado o local, disseram ter ido embora após serem informados por funcionários da obra que Alckmin já tinha saído.