Tudo é 'sempre experimental', diz cicloativista
A expansão das rotas de bicicletas enfrenta resistência de comerciantes, motoristas e de parte dos moradores das capitais. Entre grupos de ciclistas, apesar dos elogios à iniciativa, há reclamações devido à falta de manutenção e projetos mal elaborados.
Em Belo Horizonte, a ciclovia de 18 km da Pampulha, no entorno da lagoa, é uma das criticadas. Os ciclistas pediram que ela seja refeita, e a prefeitura disse que vai reestruturá-la.
"A primeira coisa é cuidar do que tem. Pensar na ligação com a mobilidade é importante, mas, para isso, é preciso levar as ciclovias para os grandes corredores e interligá-las", diz Rogério Pacheco, 43.
Alexandre Nascimento, do Ir e Vir de Bike, de Curitiba, diz que tudo parece "sempre experimental".
"Se as obras fossem realizadas com a mesma grandeza com que são anunciadas, Curitiba estaria mesmo perto de se tornar uma Copenhague", diz Oscar Cidri, do grupo Bicicleteiros.
Em Florianópolis, a empresária Priscila Shroeder, 40, criou o grupo Duas Rodas, há oito anos. Desde então, viu crescer a quantidade de ciclistas, mas as vias e faixas não avançaram no mesmo ritmo.
Exceto a ciclovia da Beira Mar Norte e a recém-construída da lagoa da Conceição, as rotas nos bairros deixam a desejar, diz. "Não há iluminação, segurança, falta manutenção, carros estacionam sobre as faixas e não têm sinalização adequada."