Professores mantêm greve em SP; governo aceita negociar em reunião
Em assembleia, categoria decidiu manter paralisação por reajuste salarial iniciada há mais de um mês
Secretaria de Educação e comando do sindicato dos docentes terão encontro na próxima quinta-feira (23)
Professores da rede estadual de São Paulo decidiram na tarde desta sexta-feira (17), em assembleia na avenida Paulista, manter a greve iniciada há mais de um mês.
Os 3.000 docentes, segundo estimativa da PM, ou 60 mil, segundo a Apeoesp (sindicato da categoria), seguiram em passeata até a praça da República e percorreram vias como a Brig. Luís Antônio e a 23 de Maio, que ficou interditada por mais de uma hora.
Os professores reivindicam, dentre outras coisas, reajuste salarial de 75% --que, na avaliação da Apeoesp, equipararia a remuneração com a de outros profissionais com formação superior.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) acusa a entidade de ter deflagrado a mobilização de forma extemporânea --um mês antes do prazo pedido para mapear as condições financeiras do Estado e apresentar uma proposta.
A Apeoesp se queixa por ainda não haver oferta de aumento salarial do governo. A Secretaria da Educação afirmou nesta sexta se manter "disposta a negociar" e agendou uma reunião para a próxima quinta (23). O comando do sindicato da categoria será recebido pelo titular da pasta, Herman Woorvald.
Em nota, a secretaria divulgou que "lamenta a insistência de uma única entidade em continuar uma greve política, desnecessária e que permanece com baixa adesão".
A pasta afirma que 93% dos docentes da rede trabalharam normalmente nesta semana. O sindicato diz ter adesão de 79% à greve.
"Outros quatro sindicatos da área da educação, diferentemente da Apeoesp, negociam com o governo sem greve, sem prejudicar pais e alunos", afirmou a secretaria.
A presidente do sindicato, Maria Izabel Noronha, diz que a gestão Alckmin se nega a ouvir as reivindicações. "Esse papo de democracia é balela", afirma. A próxima assembleia dos professores ficou marcada para dia 24.
O piso da categoria é de R$ 2.416, para jornada semanal de 40 horas no ensino médio. A gestão Alckmin diz ter dado reajuste de 45% em quatro anos e que dará R$ 1 bilhão em bônus em 2015.