Lutador tenta agredir namorada e mata homem em hotel
Caso ocorreu em Campo Grande (MS); de acordo com a polícia, faixa preta de jiu-jitsu teve um surto durante discussão no sábado
Descontrolado, um lutador de jiu-jitsu de 27 anos tentou agredir a namorada, a perseguiu pelo corredor de um hotel e matou a cadeiradas um hóspede que, segundo a polícia, não conhecia.
Com 140 quilos e quase dois metros de altura, Rafael Martinelli Queiroz é faixa preta na modalidade e já foi campeão mundial em 2008.
Segundo a polícia de Campo Grande (MS), onde o crime ocorreu, o rapaz teve um surto ao discutir com a namorada na noite de sábado (18).
"Ele teve um surto psicótico. Se sentia perseguido e passou a imaginar coisas", afirma Carla Maiara Medeiros Dias, 24, que namora o lutador há dois anos e está grávida. Ela conta que, de uma hora pra outra, ele começou a ameaçá-la e a quebrar coisas.
Durante o ataque de fúria, diz Carla, o lutador afirmou várias vezes que o filho era de outro homem --ela nega.
Carla conseguiu fugir e avisou a recepção que o namorado estava descontrolado.
Ao ouvir gritos, Paulo Cezar de Oliveira, que tinha se hospedado no quarto número 216 do hotel havia menos de uma hora, abriu a porta e foi surpreendido pelo lutador, que passou a golpeá-lo com socos, chutes e cadeiradas. O vendedor não resistiu aos ferimentos e morreu.
Vários objetos foram destruídos, como portas de guarda-roupas, cadeiras, extintores de incêndio e pedaços de gesso das paredes, além de algumas câmeras de vigilância do estabelecimento.
Horas depois, Rafael foi encontrado nas imediações do hotel. Mais de dez policiais tiveram de ser acionados para contê-lo. No relatório, o delegado responsável afirma que não foi possível interrogá-lo já que, mesmo algemado, ele continuava violento.
Para Carla, o comportamento do namorado pode ter sido provocado pela mistura de remédios para emagrecer com suplementos usados pelo atleta.
"Ele deu sinais durante a semana toda de que não estava bem", disse ela.
Além do homicídio doloso, Rafael deverá responder pelos crimes de dano qualificado e lesão corporal. A Folha não conseguiu localizar o seu advogado. Rafael segue preso em Campo Grande.
Natural de Araçatuba, no interior de São Paulo, ele e a namorada haviam viajado para disputar um campeonato de jiu-jitsu. Rafael não apareceu na hora da prova.
Na página do lutador no Facebook, amigos dizem que ele não tem perfil violento e deixaram mensagens de apoio.