Paralisação afeta outros quatro Estados e pode atingir mais sete
Além de São Paulo, professores também estão em greve em Santa Catarina, Pará, Pernambuco e Paraná. E a situação nacional poderá se agravar nas próximas semanas, com a ameaça de paralisação em outros sete Estados.
A principal reivindicação dos sindicatos pelo país é de reajuste salarial --mas bem inferior aos 75% pedidos pela categoria em São Paulo.
Dos Estados que já estão em greve, a maior parte cobra aumento próximo de 13%, com base na lei do piso nacional do magistério --que atualmente é de R$ 1.917,78 por 40 horas semanais.
A variação da inflação pelo IPCA-IBGE no período de um ano foi de 8,13%.
Eduardo Deschamps, presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários da Educação) e titular da pasta em Santa Catarina, diz que os governos terão dificuldades para atender as reivindicações sem auxílio da União.
"Há uma queda de arrecadação pelos Estados. A economia vive um momento de ajustes e falta a compreensão das lideranças em greve", diz.
Segundo Roberto Franklin de Leão, presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação), em geral a negociação tem sido difícil. "O problema é que há governos que querem tornar a greve invisível", afirma.
Em Santa Catarina e São Paulo, os governos estimam adesão de 10% e 5% dos professores, respectivamente. No Paraná, 60%. Em Pernambuco, 36% das escolas estão parcialmente afetadas, de acordo com a versão do Estado. As projeções dos sindicatos, no entanto, são superiores.
Nos Estados que já enfrentam greve, as escolas funcionam parcialmente. Mas há casos em que os portões nem chegam a abrir, como no "Colegião", a escola Engenheiro Sebastião de Toledo Santos, tradicional em Criciúma (SC).
Os professores que ainda cogitam entrar em greve são os de MG, AM, RS, GO, MS, SE e TO. Na Paraíba, a paralisação chegou ao fim nesta quinta (30), depois que os docentes tiveram descontos nos salários --a categoria estava parada desde 1º de abril e, no último dia 24, a Justiça considerou a greve ilegal.