Beira-Mar se diz traficante, mas nega ter matado rivais
Ele é julgado no Rio por massacre em prisão
Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, assumiu pela primeira vez, nesta quarta-feira (13), ter sido traficante de drogas. O reconhecimento ocorreu na sessão que julga se ele liderou o massacre de criminosos rivais no presídio de segurança máxima de Bangu, na zona oeste do Rio, o que ele nega.
A afirmação destoou de declarações anteriores de Beira-Mar, que se apresentava como pecuarista ou comerciante.
Beira-Mar se mostrou articulado durante seu depoimento no 1º Tribunal do Júri --que deveria concluir o julgamento de madrugada. Pediu para se defender diante do juiz Fabio Uchôa e de promotores. Com condenações que chegam a 189 anos e 2 meses, o traficante disse que não matou ninguém e que o nome dele "dá Ibope".
"Estou aqui por causa do meu vulgo. Meu nome justifica tudo. Não há indício contra mim", disse ele. "Cometi muitos crimes, mas não esse."
Beira-Mar, então líder da facção Comando Vermelho, é acusado pelo homicídio de quatro traficantes rivais, da ADA (Amigos dos Amigos), dentro do presídio de Bangu em 11 de setembro de 2002.
O traficante pode ser condenado a 30 anos por cada morte. Entre as testemunhas de defesa está Celso Luis Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém. Apesar de ser membro da ADA, ele foi poupado do ataque na penitenciária.