Áurea Di Rienzo Bulcão (1925-2015)
Manteve o otimismo diante de provações
Áurea Di Rienzo Bulcão não deixou de ser mãe um minuto sequer. Filho doente, festinha de aniversário, reunião na escola –teve que se desdobrar em duas para dar conta do recado sozinha.
Após 12 anos de casamento, perdeu o marido, vítima de um infarto fulminante, e se viu às voltas com cinco filhos para alimentar. A saída foi voltar ao trabalho como professora –era formada na antiga Escola Normal Caetano de Campos.
O dinheiro não abundava. Para ajudar na renda familiar, os filhos começaram a trabalhar aos 14 anos; as filhas aos 16. Os salários eram colocados na mesa de jantar e, juntos, mãe e filhos calculavam quanto sobraria no mês. A situação melhorou, porém, quando passou a trabalhar em uma autarquia federal ligada ao Ministério da Fazenda.
A morte do marido não foi a primeira provação de Áurea. Perdeu ainda o filho caçula para um câncer e um genro em um trágico acidente automobilístico.
"Mesmo assim ela manteve o otimismo e o espírito de luta", conta o filho Jayme.
Manter a cabeça ocupada era quase um mantra. Áurea lia, em média, dois livros por semana. Decorava capitais de países e fez um curso para aprender italiano. Emocionou-se ao visitar Roma, na Itália de seus antepassados. Seu pai era dono de uma serralheria na capital paulista.
Morreu no dia 26, duas semanas após completar 90 anos, de doença pulmonar obstrutiva crônica.
Deixa quatro filhos, dois genros e uma nora (que também chamava de filhos), oito netos e duas bisnetas.