Foco
Primeiro 'Dia do Papai' celebrado em SP faz 60 anos
Na ocasião, concurso premiou o pai mais jovem, o mais velho e o com mais filhos
Um concurso feito há 60 anos celebrou pela primeira vez em São Paulo o Dia dos Pais –ou "Dia do Papai", como era chamado na ocasião.
Em 16 de agosto de 1955, uma terça-feira, a edição da "Folha da Manhã" noticiava: "Carinhosamente festejado anteontem o Dia do Papai". (A notícia vinha dois dias depois porque o jornal –que em 1960 se fundiria com "Folha da Tarde" e "Folha da Noite", formando a Folha– não circulava às segundas).
À época, o jornal se associou às Emissoras Unidas e à TV Record, ambas de Paulo Machado de Carvalho (1901-1992), para fazer um evento alusivo à data: um "Show do Papai" e um concurso para eleger o pai mais novo de São Paulo (16 anos), o mais velho (98) e aquele com maior número de filhos (28).
Mais de mil pessoas se inscreveram, interessadas em prêmios como uma soma em dinheiro junto com rádio-vitrola de mesa, pares de meias, relógios, bicicletas, lustre de cristal e geladeira.
Vice-governador na ocasião, José Porphyrio da Paz promoveu no dia uma festa na sede do governo para mil crianças de um orfanato de Sorocaba.
DATAS
"Essas datas promocionais começaram com o Dia das Mães [1932], que foi inspirado nos Estados Unidos. Depois vieram o Dia dos Pais, o dos Namorados, o das Crianças", diz Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo.
No Rio, o Dia dos Pais surgiu dois anos antes do concurso em São Paulo, por iniciativa do publicitário Sylvio Bhering, do jornal "O Globo".
Convencionou-se na cidade escolher primeiro o dia 16 de agosto para a data; depois, ela passou a ser comemorada no segundo domingo do mês.
"Sabe por que a data acontece por volta do dia 10? Porque essa era a data de pagamento dos trabalhadores naquela época", diz Solimeo. Passaram-se alguns anos até que os comerciantes aderissem em massa à data até consagrá-la, como hoje.
ECONOMIA
Do ponto de vista do retorno econômico, o Dia dos Pais não está entre as melhores datas do ano, afirma o economista da Associação Comercial. Antes estão o Natal, o Dia das Mães e o das Crianças, por exemplo.
A perspectiva para este ano é ruim, em consequência do cenário econômico.
"A nossa conjuntura é de desaceleração, então o que estamos imaginando como resultado possível é um empate, zero crescimento, em relação ao ano passado, mas o mais provável é alguma queda. Se for empate, já está razoável", afirma Solimeo.
No ano passado, o crescimento das vendas no Dia dos Pais foi de 1,2% acima da inflação em relação a 2013, segundo a entidade.
A FecomercioSP, entidade do setor em São Paulo, espera queda de 3% das vendas no Dia dos Pais em relação a 2014. A alta do dólar e a inflação afetaram opções de presentes como vinhos importados e eletrônicos.