Análise Mortes em Série Na Grande SP
Ataques são primeiro forte revés para secretário
Alexandre de Moraes, da pasta da Segurança da gestão Alckmin, é cotado para disputar a Prefeitura de São Paulo
A série de ataques com 18 mortos na Grande São Paulo é o primeiro forte revés da gestão de Alexandre de Moraes na Secretaria da Segurança Pública.
O advogado filiado ao PMDB assumiu o cargo em janeiro, no início do novo mandato do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Desde então, reforçado por seu próprio discurso, acumulou uma sequência de dados positivos: interrompeu longa sequência de aumento no número de roubos, investiu na estrutura de trabalho dos policiais e, principalmente, viu os casos de homicídios atingirem no mês passado a menor taxa da série histórica no Estado ""9,38 casos por 100 mil habitantes (no acumulado dos 12 meses anteriores).
O sucesso rápido também levou o secretário a ousar voos mais altos. Bem mais altos.
Nos bastidores, seu nome passou a ser cotado para a disputa da Prefeitura de São Paulo no ano que vem. Para isso, teria de trocar o PMDB pelo PSDB, de Alckmin.
A negociação segue intensa, e o próprio secretário não descarta a ideia. "O futuro a Deus pertence", disse, em recente entrevista à Folha.
Confiante em sua gestão, até esnobou a presença da Polícia Rodoviária Federal em território paulista.
Disse que, pra dar um "salto" de qualidade na segurança, gostaria de retirar os agentes federais das rodovias que cruzam o território paulista, assumindo a polícia de São Paulo toda essa responsabilidade de fiscalização.
Ouviu logo um "não" do Ministério da Justiça.
Sempre com os números e os holofotes ao seu lado, ainda fez um agrado político ao governador, que é pré-candidato ao Planalto em 2018.
Fatiou a divulgação do balanço mensal das estatísticas de violência e organizou um evento apenas para Alckmin falar da queda do número de ocorrências de homicídios dolosos (quando há a intenção de matar).
Nessas próximas horas, porém, antes de pensar no policiamento da Dutra e da Régis Bittencourt, na troca do PMDB pelo PSDB ou num agrado ao chefe, o secretário terá de esclarecer o que aconteceu em Osasco e Barueri.
Nesta sexta, deu indícios de sua pressa. Deu duas entrevistas coletivas, se reuniu com Alckmin e com policiais, foi a Osasco e prometeu "rapidamente dar uma resposta" sobre a noite mais violenta de sua gestão.