Zélia Fonseca de Barros (1925-2015)
A reinação de Zélia em lua de mel no Rio
Era com um sorriso maroto no rosto que Zélia Fonseca de Barros contava a história de sua lua de mel, a qual se lembrava como uma reinação.
Em 1946, ela e o marido, Alberto, escolheram o Rio de Janeiro para a viagem de recém-casados. Os bares e cabarés da Lapa estavam no auge. A então capital do país construía grandes avenidas e erguia o estádio do Maracanã.
Antes do fim da viagem, porém, o dinheiro do casal acabou –a conta do hotel em que se hospedaram saiu mais salgada do que o previsto.
Com cara de quem aprontou, Zélia terminava contando que ela e o marido correram para a casa de uma cunhada em Santos (SP). Conheceu Alberto aos 15 anos, na escola, em Campinas, onde ambos nasceram –no mesmo ano, inclusive.
A família de Zélia era dona de fazendas na região de Lins (a 431 km de São Paulo). Décima segunda de 14 filhos, foi criada para ser dona de casa, natural no Brasil dos anos 30.
Com a bênção dos pais, largou os estudos para se dedicar ao casamento (que durou 69 anos), e mudou-se para São Paulo com Alberto, que depois fundou a escola de idiomas CEL-LEP.
Nos tradicionais encontros de família aos fins de semana, reunir oito pessoas para duas mesas de tranca, seu jogo de baralho preferido, era um objetivo constante.
Morreu no dia 13, aos 90 anos, de insuficiência cardiorrespiratória. Viúva –perdeu Alberto em março–, deixa uma irmã de 101 anos, cinco filhos, 15 netos e 12 bisnetos. A missa de sétimo dia será rezada amanhã (19/8), às 18h30, na igreja Santa Rita de Cássia, em Campinas.